Mais um caso de prisão através de reconhecimento fotográfico e mais uma família indo à justiça para provar a inocência de um possível erro d...
Mais um caso de prisão através de reconhecimento fotográfico e mais uma família indo à justiça para provar a inocência de um possível erro da Polícia Civil.
Wesley Leal Moreira, de 21 anos, é morador de São João de Meriti, e foi preso por supostamente ter sido reconhecido através da foto da identidade em uma investigação contra quadrilha que atua na Baixada Fluminense.
O reconhecimento foi feito através de uma foto do RG do jovem que realizou um registro de ocorrência em 2019, após ter o celular roubado durante um assalto.
“Não tenho dúvidas, meu filho é inocente. Ele está pagando o preço que não é dele, não é ele que deveria estar lá”, disse, Denise Leal, mãe de Wesley que tenta provar a inocência do filho.
“Está sendo muito impactante e uma surpresa para a gente que é família, para mim, mãe. Eu não consigo comer, não consigo dormir direito. Estou vivendo um pesadelo”, completou.
Jovem é preso através reconhecimento fotográfico e família pede justiça - foto reprodução/TV Record |
Wesley está preso desde o dia 28 de junho. Ele é acusado pela polícia de integrar a quadrilha que faz o sequestro do pix que atua na Baixada Fluminense, principalmente em Belford Roxo. A família afirma que o jovem não tem nenhum antecedente criminal.
A família afirma que de acordo com as investigações, entre as 50 vítimas que realizaram depoimento no processo, apenas duas teriam reconhecido o jovem através de uma foto do RG.
“O depoimento das vítimas era de um rapaz branco, magro, de cabelo liso. Eu conheço vários [com essas características], porque logo a foto do meu irmão, que nunca teve antecedentes criminais, nunca teve problema com a polícia? Isso foi uma falha muito grande. Foi uma investigação muito mal feita”, afirmou a irmã do rapaz, Raphaela Moreira.
As investigações são conduzidas pela Delegacia da Posse, 56ª DP, em Nova Iguaçu. O jovem é acusado junto com outros mais de 50 suspeitos pelos crimes de roubo, sequestro e extorsão mediante sequestro.
De acordo com a Polícia Civil, o processo criminal foi submetido aos princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa. Desde 2020, orienta aos delegados não usarem o reconhecimento indireto por fotografia como única prova para pedir a prisão de suspeitos.
Jovem é preso através reconhecimento fotográfico e família pede justiça - foto reprodução/TV Record |
Quando foi preso, Wesley estava em horário de trabalho. Ele estava empregado há 4 meses no Poupa Tempo de São João de Meriti. Após a prisão ele foi demitido.
A advogada de defesa de Wesley fez o pedido de habeas corpus que foi negado pela justiça. Mas apesar disso, amigos e familiares apelam à justiça para que Wesley consiga provar sua inocência em liberdade.
“Eu peço a justiça. Peço às pessoas que olhem e vejam que o erro é muito grande”, concluiu Denise Leal.