Foto reprodução/RecordTV Quase 7 meses depois de ser baleado na cabeça, o menino de Belford Roxo, Ney Kaique, 12 anos, não tem recebido o tr...
Quase 7 meses depois de ser baleado na cabeça, o menino de Belford Roxo, Ney Kaique, 12 anos, não tem recebido o tratamento adequado para as sequelas provocadas pelo disparo. A família precisou recorrer à justiça para acionar o plano de saúde e responsabilizar o Estado.
Em reportagem ao Balanço Geral da Record RJ, os pais contaram que estão tendo dificuldade para conseguir os atendimentos no plano de saúde, o menino também precisa passar por uma nova cirurgia para a implantação de uma prótese no crânio.
A família ( na foto, o pai, Henrique Nóbrega, a mãe Natália Graziele e a avó) querem o tratamento para o menino Ney Kaíque vítima de um tiro na cabeça - foto reprodução/RecordTV |
Ney Kaique recebe alta - foto reprodução |
O menino ficou internado por 29 dias e precisa de sessões de fisioterapia todos os dias. Esse cuidado deveria ter começado já no dia seguinte em que ele recebeu alta, mas isso não aconteceu e foram quase quatro meses sem nenhum atendimento.
“Temos o papel com o pedido do médico, o pedido do plano e o mesmo se comprometendo mas não cumpriu. E agora, o meu filho está com um lado atrofiado. Porque não teve esse acompanhamento do lado direito dele pelo fisioterapeuta”, desabafou o pai.
Relembra o caso
Ney Kaíque foi baleado na cabeça, na noite de domingo, no dia 13 de novembro, quando estava saindo de uma festa, no bairro Vilar dos Teles, em São João de Meriti, indo para casa em Belford Roxo.
O padrasto do menino relatou que trafegava por uma via movimentada quando outro carro, com dois ocupantes, emparelhou com o veículo dele. Ele afirma que o carona disparou contra a família sem nenhuma razão. "Ninguém sabe o motivo dessa violência toda", disse.
A criança foi levada para o Hospital Municipal de São João de Meriti, mas devido a complexidade do caso foi transferida para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Caxias.
Sonho de voltar a brincar
Ney Kaíque ficou com sequelas do disparo que atingiu a cabeça. A família está lutando para que o menino possa receber o tratamento adequado e esse quadro seja revertido. Mas enquanto isso não acontece, o adolescente precisa da mãe para realizar suas atividades.
“Tem sido muito difícil, porque ele precisa de mim para tudo, para as coisas básicas que ele fazia. Ele ficou com o lado direito comprometido por conta das sequelas desse disparo que ele recebeu. E todos os dias para ele são difíceis, porque meu filho fazia tudo, agora não. Tudo o que ele vai fazer, ele precisa de mim”, relatou a mãe, Natália Graziele Lourenço.
Perguntado qual seria a primeira coisa que iria fazer depois de curado, Ney Kaíque foi enfático em dizer: “Brincar, jogar futebol e ir na casa do meu tio”.
Ney Kaique e Mãe - foto reprodução/RecordTv |
“Quero que ele se sinta bem o mais rápido possível para poder fazer as coisas que fazia. Para ele ir na rua conversar com os amigos que ele ficava brincando. Esse é o meu sonho de eu ter que chamar ele de novo para entrar pra dentro de casa, porque ele esquecia da hora de vim embora. Isso é o que eu quero pra ele ”, afirmou a Natália.
Ney kaíque brincando com jogos online - foto reprodução/RecordTv |
A família recorreu à justiça para que o menino possa receber o tratamento e consiga assim realizar o sonho de voltar a brincar e fazer suas atividades básicas.
“O plano de saúde negligenciou. As informações que a gente tem são essas e estamos colhendo todas elas e o que a gente vai buscar é a responsabilização não só do plano, mas do Estado também. Ele é uma vítima dessa violência que assola o nosso Estado, e o Estado tem que apoiar essa família”, afirmou o advogado da família, Fábio Fernandes.
Revolta e justiça
Além dos problemas de saúde e a falta de atendimento ao menino Ney, a família precisa conviver com a revolta e falta de justiça pelo fato dos criminosos que atiraram no Ney Kaíque, estarem soltos. A Polícia Civil identificou os suspeitos, mas eles permanecem em liberdade.
“Essas pessoas que fizeram isso com o meu filho estão soltas. Saindo a noite, curtindo a vida, como se nada tivesse acontecido. Eu acho que eles tem na cabeça deles que eles não fizeram nada, sendo que a gente sabe quem fez e o porque fez”, desabafou a mãe.
A Polícia Civil disse à Record TV que concluiu o inquérito e encaminhou o caso ao Ministério Público. Já o plano de saúde do adolescente, não respondeu o contato. O espaço segue aberto.