A primeira injeção anticoncepcional masculina deve ser disponibilizada ao mundo nos próximos 12 meses. O método contraceptivo para homens t...
A primeira injeção anticoncepcional masculina deve ser disponibilizada ao mundo nos próximos 12 meses. O método contraceptivo para homens também tem como intuito bloquear a transmissão de HIV. A previsão foi feita por uma equipe de pesquisadores do Instituto Indiano de Tecnologia, responsáveis pelo desenvolvimento da substância.
Idealizado pelo engenheiro biomédico indiano Sujoy Guha, os estudos para viabilizar o projeto tiveram início na década de 1970, e agora finalmente teve a fase de testes concluída com sucesso. Batizada de "Risug" a sigla em inglês para Inibição Reversível do Esperma Sob Controle.
A injeção consiste em um gel aplicado na região dos ductos deferentes, região do sistema reprodutor masculino responsável por levar os espermatozoides até o líquido seminal antes da ejaculação.
A substância tem como função "quebrar" a cauda dos espermatozoides, tornando-os incapazes de fertilizar os óvulos.
A novidade é a proposta da reversão do procedimento. Isso pode ser feito com duas aplicações no local, em uma mistura entre água e bicarbonato de sódio.
Com mais de 30 anos de pesquisa, Sujoy Guha, do Instituto Indiano de Tecnologia, chegou perto de lançar o Risug em 2002. Entretanto, foram encontrados rastros de uma substância na urina dos voluntários, a albumina, que na época foi classificada como tóxica. O professor somente retornou às pesquisas cinco anos depois, e a vacina com efeito contraceptivo agora tem previsão de chegar ao mercado em 2023.
"A previsão científica é de que uma pílula anticoncepcional masculina leve entre 30 e 50 anos para se tornar disponível. O Risug, porém, é o contraceptivo masculino mais próximo de chegar ao mercado", afirmou a médica Amanda Wilson, especialista em saúde pública pela Universidade de Montfort, em entrevista publicada pelo The Telegraph.
Wilson lidera uma pesquisa que tenta projetar a adesão dos homens à injeção quando ela for disponibilizada ao público. Ela conta que a inovação pode ajudar mulheres com problemas hormonais e não podem tomar a pílula, mas afirma que, diante de pesquisas preliminares, os homens se mostram relutantes a aderir ao produto, preferindo fazer vasectomias.