Na corrida pelo preço mais alto das frutas, hortaliças e legumes, quem está na frente desta vez é o tomate. Com o valor subindo há 20 sema...
Na corrida pelo preço mais alto das frutas, hortaliças e legumes, quem está na frente desta vez é o tomate. Com o valor subindo há 20 semanas seguidas, feirantes, supermercados e restaurantes estão tendo que improvisar para não perder a clientela. Só neste mês de abril, o fruto já ficou 22,25% mais caro, e isso depois de ter subido 6,55% em março, segundo a FVG.
Nas feiras do Rio de Janeiro, as bancas já oferecem a opção de venda por sacolas com os frutos já embalados e preços já definidos, tudo para não assustar o consumidor. Em Ipanema, o saquinho de três tomates italianos era vendido a R$ 3,00, ou seja, um real cada unidade.
O feirante, José Luiz Siqueira, que vende o quilo do produto a R$ 15,00 disse que nem sempre consegue repassar a alta das frutas e hortaliças para o consumidor.
André Braz, da Fundação Getúlio Vargas, explica que, este ano, além da sazonalidade, a forte alta nos preços dos combustíveis encareceu o frete.
Mas por que o tomate é o que mais tem subido nas últimas semanas?
Braz explica que a demanda não cessa: como muita gente não abre mão, o preço sobe mais. Braz, no entanto, tranquiliza o consumidor. Mesmo que ele não chegue ao valor do ano passado, vai parar de subir:
— Tomate, batata, cebola, alface sobem no verão. No calor, o clima é hostil para muitas culturas. Fatalmente, o clima ou sabota a horta com chuvas ou danifica as estradas, o que também é um problema para a produção. Estrada inundada, atoleiro, atrapalha de levar o produto para vender — esclarece o economista.
Já no começo do outono, a produção tende a se regularizar. Braz explica que quando o clima está seco, é possível irrigar a terra, mas os excessos do verão são desafios maiores para o produtor.
Mas, se o clima tende a ajudar daqui para frente, a pressão dos combustíveis não deve dar trégua.
— Não existe no radar uma queda dos preços dos combustíveis. Esse último aumento que aconteceu no meio de março, provavelmente não vai ser revisto para baixo.
Via Extra