Após o aumento da taxa básica de juros da economia, nesta quarta-feira, o Copom do Banco Central (BC) elevou a Selic de 5,25% para 6,25% ao ...
Após o aumento da taxa básica de juros da economia, nesta quarta-feira, o Copom do Banco Central (BC) elevou a Selic de 5,25% para 6,25% ao ano, os consumidores devem ficar atentos com as dívidas nas principais linhas de crédito. Com o aumento da taxa básica, os juros do cheque especial, cartão de crédito, empréstimos, crédito consignado e o carnê de varejistas podem encarecer. Nesse cenário, especialistas explicam o que as pessoas devem fazer para não criar uma bola de neve nos débitos.
De acordo com o economista Gilberto Braga, professor da Fundação Dom Cabral e do Ibmec-RJ, o aumento aprovado nesta quarta na Selic causa um efeito dominó em todas as linhas de crédito.
"O aumento da Selic faz com que tudo fique mais alto em termos de crédito, porque a taxa básica é como o nome sugere: é a taxa de partida, com todas as taxas de juros privadas cobradas a partir dela. As taxas para as linhas mais populares ficam mais caras por conta do aumento da Selic. Isso prejudica a população de menor baixa renda na medida que elas recorrem com regularidade a essas linhas de endividamento, sobretudo nesse momento de pandemia com inflação em alta e aumento do custo de vida", explica Braga.
Nesse cenário, o economista Alexandre Prado explica que as taxas bancárias ficam mais elevadas. "Há um impacto maior na linha e crédito para aquisição da casa própria, por exemplo. Financiamentos para aquisição de veículos e bens de consumo seguem o mesmo raciocínio. Empréstimos e crédito pessoal também são afetados pela Selic mais alta", explica ele.
Nesse cenário, os consumidores vão pagar mais alto em compras parceladas, financiamentos e no cheque especial. Dessa forma, os especialistas indicam fugir das linhas de crédito para não causar endividamento.
Mas, quem já enfrenta os débitos e quer sair do vermelho, o melhor caminho é renegociar essas dívidas. "Os consumidores devem tentar uma renegociação. Ainda é o melhor cenário, já que a tendência da Selic é de crescer ainda mais nos próximos meses. Para quem vai tentar ter a chance, é necessário sanar o endividamento ainda nesse momento, pois ao passar do tempo ficará ainda mais caro", explica Felipe Nogueira, especialista em Finanças da Impacto Consultoria Financeira.
Outra forma para tentar liquidar as dívidas é conhecida popularmente como portabilidade. Os bancos oferecem a possibilidade de mudança entre instituições e até mesmo entre linhas de crédito. Hoje, se sabe que as taxas mais caras estão no cartão de crédito e no cheque especial. Por isso, os especialistas indicam uma mudança para o crédito consignado.
De acordo com diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, os bancos podem estar disponíveis para tentar manter a mesma taxa para negociar os débitos para não ocorrer a mudança de bancos. "Agora, se eles perceberem que não há previsão de liquidar, eles não vão flexibilizar essa mudança", afirma.
Ao mudar de banco, os consumidores devem avaliar todos os custos e não apenas a taxa nominal de juros, como calcular o Custo Efetivo Total (CET) para saber sobre os valores de seguro, tarifas e o IOF. Dessa forma, eles saberão se vale a pena a migração.
Por Marina Cardoso
Via O Dia