A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense investiga Wiler Castro da Silva, o "Estala", gerente do tráfico de drogas do Caste...
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense investiga Wiler Castro da Silva, o "Estala", gerente do tráfico de drogas do Castelar, em Belford Roxo. Ele é apontado como suspeito do desaparecimento de três crianças em Belford Roxo, em dezembro de 2020.
Nesta semana, a Polícia Civil admitiu, pela primeira vez, que as três crianças que desapareceram em dezembro do ano passado em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, podem ter sido mortas pelo tráfico de drogas.
Estala, que tem 25 anos e está foragido do sistema penitenciário, foi um dos indiciados pela tortura contra um homem acusado injustamente pelo crime. Segundo as investigações da DHBF, ele pressionou para que o suposto suspeito fosse morto.
A morte só não aconteceu devido às ordens de outro traficante: José Carlos dos Prazeres, o "Piranha”, que determinou a tortura e as agressões. Segundo as investigações, Piranha, que vive na Penha, Zona Norte do Rio, está acima de Estala na hierarquia da facção criminosa.
Posteriormente, o mesmo “Piranha”, através de uma chamada de vídeo, ordenou que o homem fosse levado à 54ª DP (Belford Roxo) amarrado e com uma placa no pescoço com os dizeres: “Suspeito do desaparecimento das 3 crianças pego por moradores do Castelar”.
Lucas Matheus, Alexandre e Fernando Henrique sumiram no final de dezembro. Os três teriam sido assassinados por terem furtado a gaiola de um passarinho, segundo o titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. A gaiola, segundo as investigações, poderia ser de um tio do gerente do tráfico local.
Em entrevista ao deputado estadual Alexandre Knoploch (PSL), em uma live na segunda-feira (16), o delegado Uriel Alcântara afirmou que esta é a principal linha de investigação.
"A gente trabalha com essa questão e, em razão disso, o tráfico teria determinado, teria pegado essas crianças, não sabe o que teria acontecido, como teria ocorrido, mas sabe que, em razão disso, essas crianças foram pegas e foram mortas dentro da comunidade. Então, a gente sabe que essas crianças tiveram os corpos levados pra um rio", afirmou.
Em outro momento da entrevista, ele disse também que "se trabalha com a responsabilidade do tráfico de drogas por ter matado essas crianças e ocultado os corpos".
A Polícia também descartou outras linhas de investigação que não envolvam o tráfico de drogas local como responsável.
Ossada não é dos meninos
No início do mês, uma ossada encontrada perto da comunidade passou pela perícia. O exame foi realizado depois que um homem se apresentou à polícia no fim do mês passado acusando o próprio irmão de ter participado da ocultação dos corpos.
Uma perícia, no entanto, demonstrou que os restos mortais não eram das crianças.
Policiais também fizeram uma diligência em um cemitério entre junho e julho, mas os corpos não foram encontrados.
Em julho, as famílias dos meninos disseram à Defensoria Pública que acreditavam que os três ainda estariam vivos.
As informações dos dois irmãos, no entanto, podem ajudar a DHBF a entender a dinâmica de como o crime aconteceu.
Via G1