A Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio d...
A Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp) abriu processo regulatório para apurar as causas do incêndio que atingiu uma composição dos trens da Supervia, entre as estações de Pilares e Del Castilho, na Zona Norte, e deixou três pessoas feridas, na manhã desta sexta-feira (28).
O acidente chegou a interromper a circulação do transporte no ramal Belford Roxo e 15 estações foram fechadas. A circulação foi normalizada por volta das 16h40. A Agência informou que o Conselho Diretor da Agência Reguladora também determinou urgência na apuração do caso e que os técnicos já iniciaram a vistoria da composição. O acidente aconteceu por volta das 5h45, na primeira viagem do ramal que vem da Baixada Fluminense e segue para a Central do Brasil. Os passageiros foram obrigados a descer do transporte e caminhar pela linha férrea.
Um homem que não era passageiro do trem e passava em uma rua paralela à rede férrea percebeu um clarão e invadiu os trilhos para ajudar as pessoas. Segundo ele, homens do Corpo de Bombeiros tiveram dificuldades para encontrar extintores dentro do transporte. Um deles estava vazio.
'Só pensei em ajudar'
"Eu só pensei em ajudar. Parecia que o mundo ia acabar. Quando vi o clarão, atravessei a linha do trem e vim para ajudar as pessoas". O relato é do senhor Carlos Augusto, que ajudou a controlar o princípio de incêndio, na manhã desta sexta-feira em uma composição do trem da SuperVia, no ramal Belford Roxo. Segundo ele, homens do Corpo de Bombeiros tiveram dificuldades para encontrar extintores dentro do transporte. Um deles estava vazio.
Pelo menos três pessoas ficaram feridas. Duas delas foram socorridas e levadas para um hospital da região. Um homem que ainda não teve o nome divulgado sofreu uma fratura na perna, segundo o Corpo de Bombeiros.
Dois homens do Corpo de Bombeiros se empenharam ao máximo para controlar o fogo, mas não tinha extintores e eles ficaram procurando em vários vagões. As labaredas dentro de trem foi porque o fogo atingiu a mochila de um passageiro", disse.
Carlos não era passageiro do trem e disse que passava em uma rua paralela à rede férrea e percebeu um clarão. Ele se assustou, mas invadiu os trilhos para ajudar as pessoas. A passageira Estefani Marques disse que todos os passageiros se assustaram com as chamas.
"Foi desesperador. Quando nos avisaram que iam abrir a porta houve correria e a gente viu o fogo. Estava tudo muito escuro e não tinha ninguém da Supervia no local para ajudar. Os moradores ali de perto da linha férrea que nos avisaram onde a gente estava", contou Estefani.
Comissão cobra a SuperVia
O presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa, o deputado Dionísio Lins (Progressista), decidiu encaminhar um ofício solicitando uma planilha sobre a manutenção das composições.
O ofício, enviado nessa manhã para a direção da Supervia, pede que seja mandada, com a máxima urgência para a comissão, a relação da planilha de manutenção das composições, da via aérea que atende os ramais da baixada, o número de passageiros transportados nesses ramais diariamente, quantos extintores de incêndio cada composição carrega, cópia do contrato com a empresa contratada para o fornecimento e manutenção desses extintores, valor desse contrato, a data de validade de cada um e a última recarga realizada.
"É inadmissível que a população além de ser transportada como gado, exprimida dentro de vagões, ainda tenha sua vida colocada em risco por falta de manutenção das composições e da rede aérea da Supervia, prejudicando principalmente os usuários que utilizam os ramais da Baixada e que são os que mais sofrem com essa irresponsabilidade", afirmou o deputado.
Via O Dia