Por Maria Clara Matturo - Nesta terça-feira começa o pagamento da nova rodada do auxílio emergencial, que vai oferecer em média R$250 para ...
Por Maria Clara Matturo - Nesta terça-feira começa o pagamento da nova rodada do auxílio emergencial, que vai oferecer em média R$250 para brasileiros, dependendo da formação familiar. Apesar de ter sido criado em 2020, com o intuito de garantir segurança alimentar à população, especialistas apontam que os valores do benefício deste ano estão defasados. Como mostrou um levantamento do Dieese, atualmente, o valor da cesta básica ultrapassa os R$600 nas maiores capitais do país. No Rio, o preço médio está em R$ 629,82, cerca de quatro vezes maior do que os R$150 oferecidos pelo governo a pessoas que moram sozinhas.
O Dieese apontou, ainda, o que é possível comprar diariamente, no caso de uma família que vá receber os R$250 da média. Para uma família de quatro pessoas, que teria somente o auxílio como fonte de renda, o gasto diário ficaria em média R$8,33, compatível ao poder de compra para adquirir menos de um bife por dia, meio copo de leite, uma concha e meia de feijão e três colheres de arroz. Confira a tabela completa abaixo:
"Como facilmente se conclui dos dados, o novo Auxílio não terá a menor condição de garantir segurança alimentar", avaliou o documento Divulgação/Dieese
Para o economista Gilberto Braga, a realidade do benefício está longe de ser o suficiente para diminuir as aglomerações na busca de recursos.
"Nós estamos enfrentando o pior momento de contaminação da pandemia, portanto, este seria o momento mais importante para que o auxílio fosse pago em condições financeiras mais razoáveis. O valor do novo auxílio é bem inferior ao que já foi pago e na média vai ficar até que os R$300 que foram pagos no final de 2020. Então, ele não consegue sequer suprir a cesta básica, para que as famílias se mantenham. Isso gera uma situação de intranquilidade social, gera uma situação de que as pessoas desempregadas precisam sair às ruas para buscar uma forma de sobrevivência econômica e isso acaba que estimula a aglomeração em filas, em portas de locais que se buscam empregos", afirmou.
Apesar da realidade difícil, o economista orientou que as famílias devem priorizar os itens de subsistência. "Os valores devem ser usados prioritariamente para alimentação, naquilo que for possível. É uma escolha difícil do que comprar, do que fazer com esses recursos, mas ele basicamente é para sobrevivência familiar. Quando for o caso, existem outros locais, como no Rio, que o governo do estado e a prefeitura estão oferecendo uma ajuda, dependendo da situação, embora esses programas sejam excludentes", concluiu.
Por Maria Clara Matturo
Via O Dia