O Governador afastado ignorou a lei sancionada por ele que obriga uso de máscara O governador afastado do Rio, Wilson Witzel (PSC), disse ne...
O Governador afastado ignorou a lei sancionada por ele que obriga uso de máscara
O governador afastado do Rio, Wilson Witzel (PSC), disse nesta segunda-feira (22) que quer substituir uma frase que ficou célebre no início da gestão, quando defendeu o "abate" de criminosos. A afirmação foi feita em um culto da Assembleia de Deus dos Últimos Dias.
"Eu falei: 'Troca um fuzil por uma Bíblia senão nós vamos te matar'. Essa frase viralizou, eu quero mudar essa frase hoje: 'Troque seu fuzil por uma Bíblia porque nós vamos te salvar'".
Wiltzel se referia a uma frase de 7 de janeiro, quando afirmou que quem tem arma de guerra não deveria circular livremente.
"Não ande de fuzil, você vai morrer", afirmou na ocasião.
Uso de máscara obrigatório
Nas imagens, as pessoas no púlpito aparecem sem máscara. O uso de máscara é obrigatório no Rio, inclusive em espaços privados de acesso coletivo, como templos, desde 4 de junho.
A obrigação foi sancionada pelo próprio Witzel, que, à época, ainda era governador. A lei prevê multas que variam de R$ 106 a R$ 1.065.
Segundo Witzel, ele foi ao aniversário de um evangelista da igreja, ao qual compareceram também deputados e vereadores.
De acordo com a assessoria de imprensa do governador afastado, ele "estava sem máscara na imagem porque estava falando ao microfone".
O vídeo mostra, ao fim do discurso, Witzel abraçando religiosos. Nenhum deles usa máscara.
Líder da igreja condenado
A Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias é liderada pelo pastor Marcos Pereira da Silva, que foi preso e condenado a 15 anos de prisão por estupro.
De acordo com o processo, o estupro foi cometido em 2006 nas dependências da igreja. Marcos Pereira foi colocado em liberdade em dezembro de 2014.
Declarado católico na campanha ao governo do estado, Witzel se batizou em outra igreja evangélica em dezembro do ano passado, quando já estava afastado do cargo de governador.
Ele é réu por corrupção e lavagem de dinheiro. O afastamento do cargo de governador, recentemente prorrogado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), vai até fevereiro de 2022.
Witzel também está proibido de:
-frequentar a sede do Poder Executivo;
-manter contato com servidores;
-morar no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governo.
A denúncia
O governador afastado foi denunciado pelo Ministério Público Federal na operação Tris in Idem, desdobramento da Lava Jato no RJ que apontou corrupção na Saúde do estado.
A suspeita é de que o governador tenha recebido, por intermédio do escritório de advocacia de sua mulher, Helena Witzel, pelo menos R$ 554,2 mil em propina.
A descoberta do esquema criminoso teve início com a apuração de irregularidades na contratação dos hospitais de campanha, respiradores e medicamentos para o enfrentamento da pandemia do coronavírus.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que o governo do RJ estabeleceu um esquema de propina para a contratação emergencial e para liberação de pagamentos a organizações sociais (OSs) que prestam serviços ao governo, especialmente nas áreas de Saúde e Educação.
Via G1