A Polícia Civil realiza uma operação de asfixia aos negócios da milícia em pelo menos três municípios da Baixada Fluminense, nesta quarta-fe...
A Polícia Civil realiza uma operação de asfixia aos negócios da milícia em pelo menos três municípios da Baixada Fluminense, nesta quarta-feira, dia 24, com apoio do Procon-RJ. Os agentes estão em busca de estabelecimentos que estariam ligados ao grupo de paramilitares, com venda ilegal de água, gás, sinais piratas de TV e internet e comercialização até de cestas básicas. Até o momento, 24 pessoas foram presas.
Em balanço divulgado pela Civil no início desta tarde, em Vargem Pequena, um dos presos foi identificado como Neném, apontado como comparsa de Orlando Curicica, ex-chefe à frente da milícia em Curicica e Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio. Um outro homem, apontado como o responsável por expulsar provedores de internet legalizados para implantar os clandestinos, também foi preso. O serviço é explorado pela milícia em Belford Roxo.
A ação é coordenada pelo Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), e estão empenhados agentes de diversas outras DPs, como a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), Delegacia do Consumidor (Decon) e Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD).
Os policiais e fiscais do Procon-RJ, que acompanham a ação para autuar os estabelecimentos, visitam os endereços em Duque de Caxias, Belford Roxo e Nova Iguaçu, que supostamente fazem parte do braço financeiro da milícia de Wellington da Silva Braga, o Ecko.
Os agentes encontraram em um dos endereços um grande depósito de gás e de venda de água explorado pela milícia. De acordo com a polícia, a água não não tinha qualquer procedência e era envasada no próprio local. No controle feito pela milícia, era proibida a fiscalização e os produtos eram vendidos acima do preço de mercado.
Os policiais também apuram denúncias envolvendo empresas de GNV ilegais, parcelamento irregular de solo urbano, exploração e construções irregulares, areais e outros crimes ambientais, contrabando, transporte alternativo irregular, entre outras ilegalidades, todas ligadas diretamente à milícia.
Agentes do Procon estiveram em estabelecimentos de venda de água e gás, onde encontraram irregularidades Foto: Reprodução
Irregularidades em estabelecimentos
De acordo com o Procon-RJ, foram encontradas diversas irregularidades em estabelecimentos vistoriados nos municípios. Houve condução de responsáveis pelos serviços para a delegacia. Em balanço divulgado no início desta tarde, em Belford Roxo, a Sabatingas Comércio, entre as irregularidades, armazenava galões de água de 20L de maneira irregular, diretamente no chão e junto a botijões de gás e tem alvará com permissão apenas para venda de gás. No Bel Gás, foi identificado armazenamento incorreto de galões de água, e o responsável pelo local será conduzido para a delegacia, devido à indícios de crime contra a ordem tributária.
Ainda em Belford Roxo, o estabelecimento Sandrinho GNV foi interditado por não possuir autorização para realizar instalação de gás natural veicular, uma fez que não possui certificado de registro de instalador (CRI) emitido pelo INMETRO. Foi apreendido o único cilindro de GNV que havia no local por falta de documentação que comprovasse sua origem.
Em Duque de Caxias, a Ions Liquide Logística não tinha notas fiscais de compra que comprovem a origem dos galões, os galões de água de 20L estavam diretamente no chão, sendo um deles com validade vencida. O estabelecimento não tem alvará de funcionamento e certificado de aprovação de bombeiros O responsável foi conduzido para a delegacia.
Via Extra