Ato simbólico pede auxílio emergencial até o fim da pandemia / Reprodução TV Globo Moradores de três cidades do Rio de Janeiro fazem atos si...
Ato simbólico pede auxílio emergencial até o fim da pandemia / Reprodução TV Globo |
Moradores de três cidades do Rio de Janeiro fazem atos simbólicos nas portas das assembleias legislativas pedindo a manutenção do auxílio emergencial no valor de R$ 600 até o fim da pandemia. As manifestações ocorrem no Rio, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e em Macaé, no Norte Fluminense.
Em Belford Roxo, o ambulante Denis Jesus sustenta a família vendendo batata frita nos sinais pelas ruas da cidade. Ele começa de manhã cedo e só volta para casa à noite. Desempregado desde o começo da pandemia, ele é um dos 183 mil moradores que recebiam o auxílio emergencial. Um dinheiro que para ele está fazendo muita falta.
"Hoje em dia as contas já estão todas atrasadas porque a demanda de vendas não suporta o consumo diário dentro de casa. Ou seja, é complicado", disse Denis.
Não saber se vai ter o que comer em casa é a preocupação de muitas pessoas afetadas pela pandemia. E é também a pauta do ato simbólico organizado pela Coalizão Negra Por Direitos. O grupo, formado por 200 movimentos negros pelo país, esteve na manhã desta quinta-feira (18) em Belford Roxo, para lembrar temas importantes como o retorno do auxílio emergencial e vacinação para todos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
"O governo quer dar só um terço desse valor, que é R$200. Isso é inaceitável. As pessoas precisam comer até o fim dessa pandemia. Sem falar que a vacina precisa chegar para todo mundo", disse Wesley Teixeira, coordenador da Coalizão Negra Por Direitos.
Nascida e criada em Belford Roxo, Vanessa Ferreira, educadora da Uniafro, sabe que para muitos moradores, ter o auxílio emergencial significa ter comida na mesa.
"É pedir que o povo não morra de fome. É suplicar para que o povo não morra mais do que já vem morrendo na nossa cidade, em todo estado do Rio de Janeiro, como em todo Brasil", disse Vanessa.
No estado, o ato da Coalizão Negra Por Direitos tem como objetivo chamar a atenção para o assunto sem causar aglomeração, com atos simbólicos. Pelo olhares curiosos de quem passou pela praça no Centro da cidade, o tema é preocupação de muitos.
Para o ambulante Josemberg Moraes, o emprego formal não chega desde 2014. Pai de dois filhos, ele teve que se virar para sobreviver. Ele também foi vender alguma coisa nos sinais de trânsito, mas espera que o alívio nas despesas volte em breve.
"De vez em quando falta um arroz, alguma coisa, mas estamos aqui correndo atrás, na luta diária", disse o ambulante.
Via G1