Infectologistas alertam para o risco de aumento de casos e mortes por coronavírus nos próximos dois meses por causa da chegada de novas vari...
Infectologistas alertam para o risco de aumento de casos e mortes por coronavírus nos próximos dois meses por causa da chegada de novas variantes do vírus no estado.
Na quarta-feira (17), as secretarias de Saúde do município e do estado confirmaram 5 casos de duas variantes no RJ — 4 da P1, a variante brasileira, e 1 da VOC 202012/01, a variante do Reino Unido.
Um homem de 55 anos, que testou positivo para a variante brasileira do coronavírus, morreu. A vítima é um morador de Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Um dos pacientes com a variante brasileira veio de Manaus, cidade onde a cepa foi descoberta. Mas ainda não se sabe se os outros três também viajaram até a capital do Amazonas ou se a transmissão já está acontecendo no Rio de forma comunitária.
Para o médico Alexandre Chieppe, o desafio é descobrir onde os pacientes foram contaminados.
"Desafio agora, possivelmente até amanhã, é a gente conseguir confirmar histórico de viagem dessas pessoas para poder avaliar se a transmissão já aconteceu aqui no estado do Rio de Janeiro ou se eventualmente eles adquiriram a infecção fora”.
A chegada das novas variantes preocupa os especialistas. É que os vírus sofreram uma mutação na estrutura que os liga às células humanas, o que torna a transmissão ainda mais rápida de uma pessoa para outra.
O infectologista Alberto Chebabo, da UFRJ, diz que isso pode provocar sérios problemas no sistema de saúde.
“Isso faz com que a gente tenha uma maior quantidade de pessoas infectadas, faz com que a gente tenha um número muito grande de pessoas inclusive mais jovens infectadas com cargas virais mais altas, levando a um risco maior de você sobrecarregar o sistema de saúde”.
Em todo o estado, metade dos leitos de Covid está ocupada.
No começo do ano, a Prefeitura do Rio tinha prometido abrir 343 novos leitos exclusivos para Covid, mas só 200 foram reabertos até agora — a maior parte no Ronaldo Gazolla.
O censo hospitalar mostra que o hospital municipal, que é referência no tratamento da Covid-19, está hoje com 104 leitos vazios, à espera de pacientes.
A prefeitura afirma que hoje não há mais fila de espera e que se necessário ainda pode contratar leitos particulares.
Para que o número de vítimas de coronavírus não aumente com a chegada das novas variantes, o infectologista Alberto Chebabo alerta que é necessário correr com a vacinação.
“A gente tá num período complicado, de início de sazonalidade de doenças respiratórias. E a entrada dessas variantes exatamente nesse momento, que a gente sabe, que a partir do momento que elas entram, elas passam a ser predominantes mais ou menos dois meses ou três meses após a introdução delas numa determinada região, pode coincidir com esse período sazonal. E isso preocupa bastante, por isso a gente tem que correr muito com a vacinação para proteger o maior número de pessoas possível”.
Via G1