Quem se sentir lesado pela falta d'água que já atinge pelo menos um milhão de pessoas de 30 bairros da capital, além de municípios da Ba...
Quem se sentir lesado pela falta d'água que já atinge pelo menos um milhão de pessoas de 30 bairros da capital, além de municípios da Baixada Fluminense, poderá pedir ressarciamento da conta e de gastos com carro-pipa. Em entrevista ao "Bom Dia RJ", da TV Globo, o diretor-presidente da Cedae, Edes Fernandes de Oliveira, afirmou que consumidores que não têm medidor de consumo podem entrar em contato com a concessionária e pedir reavaliação das despesas. Já quem tem o aparelho terá os gastos analisados automaticamente. Na entrevista, no entanto, o presidente da empresa não detalhou como será o trâmite para conseguir o dinheiro de volta.
Segundo Oliveira, um documento foi assinado pela empresa no gabinete de crise instalado por conta do problema na Elevatória do Lameirão, em conjunto com representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública, da Fiocruz e da Agência Reguladora de Saneamento (Agenersa).
— Temos um memorando de entendimentos assinados com esses órgãos, em que estamos nos comprometendo a verificar as contas daqueles que não possuem medidor de consumo — afirmou: — Se está recebendo menos água, vai pagar menos água. O volume cobrado é o volume consumido. Se não tiver medidor, deve dar entrada na Cedae, e a Cedae vai avaliar a conta — afirmou.
Já sobre quem está sem água e precisou gastar com carro-pipa, o executivo informou que também é possível abrir um chamado na empresa, que vai avaliar caso a caso.
— (Os consumidores) poderão evidentemente entrar com processo administrativo para que a Cedae reveja isso e faça o tratamento necessário dessas questões. O processo é simples, não é demorado. Vai ser analisado pelo pessoal da nossa área comercial — afirmou Oliveira, sem dizer o prazo de resolução destes pedidos.
O problema poderia ter sido evitado. Em denúncia ao GLOBO, um ex-funcionário da Cedae afirmou que uma das sete bombas da Elevatória do Lameirão, que atualmente trabalha com 75% da capacidade, está quebrada desde dezembro de 2018, e só foi enviada para manutenção em abril de 2020. O aparelho está em operação desde 1965. Caso ela estivesse em funcionamento, a queima de outras duas bombas, em outubro e novembro deste ano, não teria afetado o abastecimento.
Na entrevista à TV Globo, na manhã desta quarta-feira, o diretor-presidente da companhia confirmou a demora no reparo do equipamento. Segundo ele, a empresa especializada e licitada para o procedimento teve "dificuldade em conseguir matéria-prima suficiente" por conta da pandemia.
— O motor foi para reparo, em abril deste ano, e deveria estar pronto em setembro. Mas como o governador falou, houve um problema de pandemia, e a empresa teve muita dificuldade de conseguir matéria-prima suficiente para fazer o reparo, no caso, o cobre. O motor deveria estar pronto em setembro, e, se assim estivesse, nós não estaríamos passando por esse problema. Esse atraso fez com que nós não tivéssemos o motor reserva, e ao longo de outubro e novembro nós tivemos problema em mais dois motores. Isso é um problema crítico e inédito — afirmou Oliveira.
Segundo ele, o equipamento que apresentou problema em novembro já está sendo consertado:
— O motor que apresentou problema dia 14 de novembro já está no processo de reparo. Nós estamos trabalhando junto com essa empresa para que eles possam diminuir esse tempo de serviço e tentar abreviar (o prazo). Infelizmente a empresa passou por problemas de matéria-prima. Foi o que eles alegaram para gente e pediram um aditivo de prazo até dezembro.
Via Extra