RIO DE JANEIRO - Após uma série de derrotas nas eleições municipais, o presidente Jair Bolsonaro ensaia uma aproximação com prefeitos das pr...
RIO DE JANEIRO - Após uma série de derrotas nas eleições municipais, o presidente Jair Bolsonaro ensaia uma aproximação com prefeitos das principais cidades da Baixada Fluminense e da Região Metropolitana do Rio, em articulação capitaneada por seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O presidente receberá para um café da manhã no Planalto, no próximo dia 8, prefeitos eleitos em cidades como Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São Gonçalo.
O encontro também é um passo nas conversas, ainda embrionárias, sobre o posicionamento de Bolsonaro na eleição ao governo do estado em 2022. O governador em exercício Cláudio Castro (PSC), que tem cultivado boa relação com o presidente, é próximo ao prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes (DEM), que busca bom relacionamento com Bolsonaro mas que em 2022 dará palanque a um adversário do presidente — seu partido deve estar aliado ao PSDB e possivelmente outras siglas numa candidatura de oposição ao Planalto.
Entre os prefeitos da Baixada que se aproximaram de Flávio Bolsonaro na pré-campanha, há nomes tradicionais na política fluminense, como Washington Reis (MDB), reeleito em Duque de Caxias, e que busca viabilizar seu nome para concorrer ao governo do Rio. Além do café da manhã marcado para semana que vem, Reis viajou ontem a Brasília para uma reunião com Bolsonaro no Palácio do Planalto junto ao irmão, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).
O compromisso, que não constou na agenda do presidente, seria destinado a debater o apoio federal a obras de habitação e mobilidade urbana na cidade. Em setembro, Flávio dividiu palanque com Reis na inauguração do Viaduto do Gramacho, financiado pela Caixa após articulação do senador. Flávio também participou à época de inaugurações com os prefeitos de Belford Roxo, Waguinho (MDB), e de Mesquita, Jorge Miranda (PL), ambos reeleitos.
O encontro no dia 8 reunirá outros prefeitos que acenaram com alinhamento a Bolsonaro, como Rogério Lisboa (PP), reeleito em Nova Iguaçu, e Capitão Nelson (Avante), eleito em São Gonçalo no segundo turno — recebendo uma declaração de apoio do presidente na reta final, contra Dimas Gadelha (PT). A vitória de Nelson no segundo maior colégio eleitoral do estado, com mais de um milhão de eleitores, frustrou expectativas eleitorais da esquerda fluminense e atenuou derrotas bolsonaristas em outros grandes centros, como na capital e em Niterói, onde Axel Grael (PDT) venceu.
Segundo Capitão Nelson, o encontro em Brasília e a aproximação com Bolsonaro são formas de buscar investimento para o município, “independente de ideologia”.
— Essa aproximação é de extrema necessidade. Nossa capacidade de investimento é pequena, então vamos necessitar da ajuda do governo. Vamos levar algumas demandas para o presidente e estreitar o relacionamento. Independente de ideologia, tem que haver esse diálogo — afirmou.
Via O Globo