25 de novembro é o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres, definido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 19...
25 de novembro é o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres, definido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1999. Entretanto, no estado do Rio 72,3% das vítimas de violência registradas em 2020 são mulheres, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).Em 2019, o Rio de Janeiro foi o estado com o maior número de atendimentos por 100 mil habitantes na Central de Atendimento à Mulher, Ligue 180. Foram 98,92 registros, por 100 mil habitantes, também liderando o número de denúncias de violência doméstica, com 78 registros.
Em relação a violência sexual, o estado ficou atrás do Distrito Federal e Mato Grosso. Esses dados não demonstram necessariamente que há mais ocorrências no estado, mas que possivelmente há maior divulgação do canal e acesso à informação entre a população fluminense em relação às demais populações do país.
“Os números não refletem exatamente a violência, mas a sensibilidade do território e dos profissionais para alertar para o problema”, esclarece Eralda Ferreira, coordenadora de Vigilância e Promoção da Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES). O crescimento da violência contra a mulher está associado a um maior risco de diversos agravos à saúde física e mental.
Os dados apontam um aumento nas estatísticas ao longo dos anos. Em 2016, foram 19.340 notificações nas unidades de saúde; em 2017, 24.531; em 2018, 27.689; e, em 2019, chegaram a 31.163. Em 2020, apenas 17.427 notificações foram registradas, redução relacionada à significativa queda na busca pelos serviços de saúde em função da pandemia.
“Temos focado, desde 2006, com a criação da Vigilância de Assistência à Violência (Viva), pelo Ministério da Saúde, na notificação da violência ainda na unidade primária, mas a maior parte dos registros ainda é feita pelas unidades hospitalares e UPAs, daí a necessidade de desenvolver nos profissionais sensibilidade para perceber a violência o quanto antes, quando ainda não é tão visível, notificando e intervindo antes que atinja gravidade”, explica Eralda.
A Subsecretaria de Vigilância em Saúde da SES está promovendo qualificação de profissionais da atenção primária e serviços de urgência, emergência e atenção especializada com este propósito. Eralda explicou também a importância da Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências, que prevê centros de acolhimento ao agressor para que, além de ser punido, seja reeducado, e assim seja evitada a reincidência.
Outra estatística aponta que de 2016 a 2020 foi registrado o maior percentual de violência contra mulheres negras (50,4%), seguida por branca (25,6). Há também um percentual de 23,2% de notificações em que a raça/cor foi ignorada ou deixada em branco. Visando melhorar a situação, a Secretaria fez um acordo com municípios para aumentar o preenchimento do indicador de raça/cor por meio de autodeclaração da vítima.
Via O Dia