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Segundo dados inéditos do Sistema Vigilância de Fatores de Risco e Proteção Para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) o número de brasileiros que tem o hábito de fumar está diminuindo. A queda chegou a 38% nos últimos 13 anos, passando de 15,7% da população em 2006 para 9,8% em 2019. A pesquisa mostra que a presença do cigarro é menor nas faixas etárias de 18 a 24 anos (7,9%) e entre aqueles com mais de 65 anos (7,8%) e é maior entre os homens, representando uma porcentagem de 12,3% entre os adultos de 18 anos ou mais, contra 7,7% das mulheres nessa mesma faixa. Embora os números apontem uma perspectiva positiva, ainda há um longo caminho para melhorar o cenário do tabagismo no Brasil.
Entre as principais consequências do tabaco, o Ministério da Saúde cita o câncer de pulmão, que tem o cigarro como principal causa e é responsável por mais de dois terços das mortes por essa doença em todo o mundo. No Brasil, o câncer de pulmão é o segundo mais frequente, atrás apenas do câncer de pele e melanoma, e o primeiro no ranking mundial desde 1985, tanto em incidência quanto em mortalidade - segundo o INCA, Instituto Nacional de Câncer , cerca de 13% de todos os casos novos de câncer são de pulmão. Além disso, fumantes são mais suscetíveis a internações e até mesmo mortes, quando associado a outras doenças.
A lista de consequências para aqueles que fumam é grande e a saúde bucal está entre as áreas mais afetadas. O Dia do Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, foi criado em 1986, pela Lei Federal 7.488, para controle do tabagismo como problema de saúde coletiva. Aproveitando a data, a coordenadora do curso de Odontologia da Anhanguera de Niterói, Maria Amélia Pazos Roxo, compartilha informações sobre os malefícios do cigarro para a saúde bucal, além de trazer dicas e orientações para quem decidir encerrar esse hábito. "O malefício mais evidente do cigarro são as manchas dos dentes, queixa comum entre os pacientes. Além de deixar amarelado, o cigarro causa mau-hálito e pode trazer doenças na gengiva, bem como é um fator de risco importante para o câncer de boca", explica.
A coordenadora da Anhanguera explica que o fumante tem maior risco de ter gengivite e também que esse problema evolua para a ocorrência de perdas ósseas e até mesmo para a perda dentária. "A nicotina presente no cigarro causa uma constrição dos vasos sanguíneos da gengiva, o que faz com que mesmo que a gengiva esteja inflamada ela não sangre. Dessa forma, o paciente só percebe a presença da doença em estágios mais avançados, quando o prognóstico é mais grave", afirma. Maria Amélia ainda esclarece que fumar também prejudica a resposta ao tratamento desses agravos, uma vez que seus componentes diminuem a resposta imunológica dos indivíduos e faz com que apresentem atrasos na cicatrização após o tratamento.
"Com relação ao câncer, o cigarro é o responsável por milhões de mortes anualmente e com o câncer de boca não poderia ser diferente, sendo o fumo um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento dessa doença. Vale lembrar que o cigarro também está muito ligado a doenças respiratórias e cardiovasculares, que apresentam impacto na saúde bucal e, por esse motivo, também podem ser identificadas pelo cirurgião dentista", reforça.
Via Anhanguera