BELFORD ROXO - Puxada pela alta do dólar, as contas de luz dos consumidores do Rio vão subir. A Agência Nacional de Energia Elétrica (...
BELFORD ROXO - Puxada pela alta do dólar, as contas de luz dos consumidores do Rio vão subir. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, nesta terça-feira (dia 10), os reajustes nas tarifas da Light e da Enel Rio, antiga Ampla. Os clientes residenciais da Light terão uma alta de 5,98%. Já os clientes da Enel Distribuição Rio, que atende Niterói, Região dos Lagos e o Norte Fluminense, terão uma elevação de 2,48%. Os aumentos entram em vigor no próximo domingo para as duas empresas.
Para os consumidores industriais da Light, o aumento médio será de 6,73%. No caso da Enel Rio, esse grupo de consumidores terá uma alta de 3,38% em suas tarifas. A tarifa de energia elétrica é reajustada considerando uma série de fatores, como o dólar e os custos decorrentes da falta de chuvas.
A alta do dólar pesou nas contas das duas empresas. As companhias usam a energia gerada na hidrelétrica de Itaipu, que é paga em dólar. Por isso, quando a moeda americana sobe muito, como está ocorrendo nos últimos meses, há o impacto direto nas tarifas.
— Temos que ter atenção a essa questão. É um ponto de atenção para o impacto na tarifa — disse o diretor-geral da Aneel, André Pepitone.
A falta de chuvas e o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas registrados no ano passado também contribuíram para a alta nas tarifas em 2020. Sem chuvas, foi preciso acionar mais termelétricas (que são mais caras do que as hidrelétricas) para garantir o suprimento. Parte dessa conta adicional ficou para ser paga este ano.
Tarifa mais cara do Brasil
Além disso, só de subsídios — que cobrem programas do governo no setor elétrico, como o Luz para Todos e descontos nas tarifas para usuários de baixa renda —, os clientes de todo o Brasil pagarão R$ 20 bilhões nas contas de luz em 2020 . Tudo é repassado para as contas de luz.
Quando a conta chega ao consumidor, ele paga pela compra da energia (custos repassados às usinas), pela transmissão (custos da transmissora responsável pelo transporte da eletricidade) e pela distribuição (serviços prestados pela distribuidora), além de subsídios e impostos.
Os impostos sobre as contas de luz no Rio estão entre os mais altos do país. Na tarifa da Light paga pelo cliente, 34% são para impostos; 32,7%, para compra de energia; e 10,9%, para encargos. Ficam com a distribuidora, de fato, 16,5% da receita.
A Enel Rio tem a tarifa de energia mais cara do Brasil, segundo a Aneel. A tarifa da Light está na quarta posição desse ranking.
— As cotas de Itaipu têm impacto todas as distribuidoras das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. É preciso considerar ainda a elevada alíquota de ICMS, que representa 22% das receitas das distribuidoras — disse Elisa Bastos, diretora da Aneel.
A Light atende a 4,1 milhões de clientes localizados em 31 municípios do Rio de Janeiro, principalmente na região metropolitana. Tem um faturamento anual de R$ 11,5 bilhões.
Já a Enel Distribuição Rio atende a 3,6 milhões de clientes residenciais, comerciais, industriais e públicos no estado do Rio. É uma população de 7,8 milhões de pessoas, distribuídas em 66 municípios fluminenses.
Via Extra