Foi na consulta com um neurologista que o aposentado Faustino de Souza Neto, de 79 anos, recebeu o diagnóstico de chikungunya. A confir...
Foi na consulta com um neurologista que o aposentado Faustino de Souza Neto, de 79 anos, recebeu o diagnóstico de chikungunya. A confirmação foi com o exame de sangue dias depois. Desde então, Seu Faustino não conseguiu mais andar, de tantas dores que sente nas articulações. No quintal onde mora, no bairro Wona, em Belford Roxo, Baixada Fluminense, outras três pessoas estão com a doença.
— Os dois netos dele e meu marido também pegaram. Procuramos no quintal e não vimos nenhum foco aqui dentro. Mas o fumacê só passou pela primeira vez este ano na semana passada — conta a dona de casa Zenir Cláudia de Souza, de 42 anos, nora de Seu Faustino.
Em Belford Roxo, o número de casos de chikungunya cresceu 736% na comparação de janeiro a março de 2018 com o mesmo período deste ano, segundo a Secretaria municipal de Saúde. Foram apenas 25 casos registrados nos três primeiros meses de 2018. Já no mesmo período deste ano, foram 209.
Seu Faustino não consegue mais andar, desde que teve a doença Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo
Embora o foco não esteja na casa de Seu Faustino, nas ruas do bairro há muitos criadouros do mosquito, como flagrou o “Mais Baixada’’. Na Estrada do China, no Wona, há um carro queimado e abandonado. Mais à frente, na Avenida Joaquim da Costa Lima, dezenas de pneus abandonados na altura do bairro Vasco.
— Hoje, paguei uma pessoa para capinar um terreno ao lado da minha casa — diz o vigilante Wagner Ayres da Silva, de 46 anos. Sua mulher e seu filho de 16 anos tiveram a doença recentemente.
Ações da prefeitura de Belford Roxo e orientações à população:
A Secretaria-adjunta de Controle de Vetores e Zoonoses conta com cerca de 400 servidores e equipamentos utilizados no combate ao mosquito Aedes aegypti, causador da febre chikungunya. As equipes visitam diariamente os bairros para eliminar os focos de larvas.
A população deve redobrar a atenção evitando que caixas d’água e barris fiquem sem tampas ou mal vedadas. Outra medida é não deixar abandonados nos quintais restos de materiais de construção, pratos de plantas com água parada, garrafas e até mesmo tampas. Outra forma de contribuir é fazer uma inspeção de 10 minutos dentro e fora dos domicílios a cada semana, observando aonde pode ser evitada a presença de água parada.
Via Extra
Por Cíntia Cruz