BAIXADA FLUMINENSE - Ônibus com ar-condicionado quebrado, bancos soltos e com péssimas condições de conservação. Com tantas reclamaçõe...
BAIXADA FLUMINENSE - Ônibus com ar-condicionado quebrado, bancos soltos e com péssimas condições de conservação. Com tantas reclamações assim, fica difícil o carioca aceitar numa boa o aumento das passagens. Neste sábado, primeiro dia de aumento das tarifas de ônibus municipais - que passaram de R$ 3,95 para R$4,05, e dos trens da SuperVia, com reajuste de 9,68%, passando para R$4,60 - muitos passageiros reclamaram dos reajustes.
Usuária de trem e ônibus a cuidadora de idosos Tatiana Barbosa Souza, de 40 anos, se surpreendeu com o aumento das passagens, quando embarcava do Centro para a sua casa em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense:
— Se contar que sempre tenho que pegar um trem e um ônibus do Centro para a Zona Sul, meu gasto com passagem aumentou R$ 1 por dia. No fim do mês, isso faz diferença. E não consigo entender esses aumentos com um transporte com tantos problemas. Os três constantemente atrasam, ficam lotados e é comum o ar não dá vazão.
Outro que também não conseguiu entender o reajuste das passagens de ônibus foi o construtor civil José Wilson Cerqueira Reis, de 51. Ele conta que é frequente andar em ônibus com problemas com o ar-condicionado.
— Antes de se pensar numa tarifa maior, o poder público e as empresas de transporte deveriam investir num conforto para que o trabalhador possa fazer uma viagem digna. Fora que ainda colocam esse valor quebrado. Acho que a passagem deveria ficar R$4,05. Quase ninguém anda com cinco centavos no bolso — reclama José Wilson.
A comerciante Simone Gomes, de 42 anos, também se surpreendeu com o aumento da passagem de ônibus, quando embarcava com os filhos, em frente à Central do Brasil:
— É uma vergonha o valor cobrado pelas empresas de ônibus do Rio. O trabalhador só se ferra. A gente não consegue ter um benefício.
Barcas No próximo dia 12, os usuários do transporte aquaviário também sentirão um peso maior no bolso. Como determinado pela Agetransp, o preço das chamadas tarifas sociais (Praça XV-Arariboia, Praça XV-Cocotá e Praça XV-Paquetá) salta de R$ 6,10 para R$ 6,30. Já a linha Praça XV - Charitas, a passagem será reajustada em 4,05%, passando dos atuais R$ 16,90 para R$ 17,60.
De acordo com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), o Rio de Janeiro está entre as dez cidades do país com as passagens mais caras. Nas capitais como Brasília (DF), Vitória (ES) e Salvador (BA) o preço da viagem de ônibus é ainda mais barato.
Em nota, a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) disse que em junho do ano passado, um termo de conciliação foi firmado com o objetivo de ter 100% da frota climatizada até setembro de 2020. "Desde a assinatura do termo de acordo, mais de 300 ônibus, não só com ar-condicionado, mas com wi-fi e entrada USB para carregar o celular, foram incluídos no sistema e estão a serviço da população".
Ainda segundo a nota, "a SMTR realiza fiscalizações frequentes, em diferentes turnos e em diversos pontos da cidade, em garagens, terminais e nas ruas, a fim de verificar as condições da frota operante e os serviços ofertados à população. Quando irregularidades são flagradas, o consórcio responsável é autuado e notificado. Somente em 2018, os consórcios foram multados 1.323 vezes por má conservação da frota. Por inoperância de linhas e circulação com frota abaixo do determinado, foram 4.701 autuações no ano passado".
Via Extra