BAIXADA - A Delegacia de Defraudações da Polícia Civil faz uma megaoperação para cumprir 46 mandados de busca e apreensão na Baixada F...
BAIXADA - A Delegacia de Defraudações da Polícia Civil faz uma megaoperação para cumprir 46 mandados de busca e apreensão na Baixada Fluminense, no Rio e no Paraná, contra a lavagem de dinheiro, obtido de forma ilícita com a compra de vales refeição, alimentação e transporte de trabalhadores.
Segundo a Polícia Civil, as investigações começaram há 3 meses. Os grupos criminosos usavam empresas fantasmas, de fachada e “laranjas” para movimentar as quantias recebidas com a compra de tíquetes em escritórios espalhados pela cidade do Rio e da Baixada. Apenas uma das quadrilhas investigadas movimentou mais de R$ 12 milhões e meio em dois meses.
As ações da 1ª Fase da Operação Fantoche, realizada em parceria com a Divisão de Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro e à Corrupção do Ministério Público do Rio, acontecem em endereços comerciais e residenciais nos bairros de Copacabana, Botafogo, Largo do Machado, Centro, Jacarepaguá, Campo Grande e Bangu, na capital, e ainda nas cidades de Belford Roxo,, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São João de Meriti, Mesquita e Nilópolis, na Baixada Fluminense; e em Londrina, no Paraná.
Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu e estão sendo cumpridos por cerca de 150 policiais de delegacias especializadas. Todos os envolvidos estão sendo levados para a Cidade da Polícia, onde vão prestar depoimento.
De acordo com as investigações, criminosos, chamados de “tiqueteiros”, abrem empresas de fachada do ramo alimentício para conseguir, com as operadoras de cartão, maquininhas que aceitam vale alimentação e refeição. Eles, então, enviam esses equipamentos para escritórios, que, geralmente, também comercializam ouro, onde é feita a compra dos benefícios dos trabalhadores.
Segundo a polícia, por cada transação, é cobrada do trabalhador uma taxa que varia de 15% a 18%. Parte dessa quantia fica para o escritório e a restante vai para os responsáveis pelas empresas fantasmas e de fachada, que transferem os valores para empresas legais, pessoas físicas e até instituições religiosas.
Ao todo, cerca de 90 pessoas físicas e jurídicas com movimentações e informações suspeitas são investigadas na Operação Fantoche, que faz alusão à fraude, manipulação, articulação e toda a ilusão de que o trabalhador está tendo vantagem com as transações.
Apenas um dos alvos da polícia figura como sócio em oito empresas. Há casos, por exemplo, de uma distribuidora de alimentos registrada em um endereço que não existe e que movimentou mais de R$ 700 mil em um mês.
Ainda de acordo com a polícia, no caso dos vales transporte, o esquema é diferente. “Os trabalhadores deixam nos escritórios seus cartões. Estes são recolhidos por atravessadores, que os levam até empresas de ônibus e vans coniventes com o esquema, onde os créditos são descarregados. A taxa cobrada do trabalhador na transação chega a 50%. Desses, parte fica com a viação, uma com o dono do escritório e outra com o atravessador. O bilhete é devolvido ao trabalhador dias depois. Em alguns escritórios, o tempo para devolução do vale transporte chega a 30 dias úteis.” informa trecho da nota.
Os envolvidos no esquema serão indiciados por lavagem de dinheiro, associação criminosa, falsidade ideológica e crime contra a economia popular.
Via O Globo