BELFORD ROXO - Os delegados Evaristo Pontes e Giniton Lages, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), vão pedir à ...
BELFORD ROXO - Os delegados Evaristo Pontes e Giniton Lages, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), vão pedir à Justiça, nesta segunda-feira (04 de setembro), a decretação da prisão temporária de David de Azevedo Gonçalves. Reconhecido por testemunhas, ele é suspeito de ser um dos um dos homens que participou de um tiroteio, na sexta-feira, em Belford Roxo, que causou a morte do sargento PM Lúcio Ferreira de Santana, de 51 anos.
A troca de tiros ocorreu quando o policial presenciou um assalto e tentou evitar um ataque contra um veículo de carga, no bairro Jardim Redentor. Na ocasião, pelo menos mais três pessoas morreram, entre elas um bandido.
Além de David, a polícia também identificou um adolescente que teria participado da tentativa de assalto. Baleado, ele foi detido, no sábado, quando buscou atendimento médico no Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, em Duque de Caxias.
Neste domingo, o corpo do sargento Lúcio Ferreira foi sepultado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Cerca de 200 pessoas acompanharam o enterro, entre elas Luciana e Luciano Ferreira, irmãos do PM.
Luciana trazia nas mãos o casaco que o sargento usava quando foi baleado. A roupa estava com um buraco produzido por uma das balas que matou o militar. Olhando desolada para a marca de tiro , ela contou o quanto o irmão gostava de ajudar os outros.
— Estava no sangue dele essa coisa de ajudar as pessoas. Uma vez, ele foi me buscar na rodoviária Novo Rio e, na Dutra, viu uma mulher sendo assaltada. Meu irmão não pensou duas vezes: desceu do carro e foi socorrê-la — lembrou, emocionada, Luciana.
Lúcio é o 101º policial morto no Estado do Rio somente em 2017. Ele foi baleado durante um assalto a um caminhão que abasteceria uma loja de cama, mesa e banho. Dois funcionários da transportadora e um suspeito também morreram no local.
O agente era lotado no 15º BPM (Duque de Caxias) e estava de folga quando foi evitar a tentativa de roubo.
O subtenente do Exército, Luciano Ferreira, veio de São Paulo para acompanhar o enterro do irmão. Ele disse que ficou sabendo da morte de Lúcio, justamente, no momento de uma conquista pessoal tão aguardada.
— Para minha tristeza profunda, no dia 1 de setembro, às 10h, estava assinando meu requerimento de transferência para a reserva remunerada. Naquele momento, o pessoal estava muito feliz comigo. Nesse mesmo dia, após o almoço, por volta das 12h30, recebi uma ligação do Rio de Janeiro, dizendo que havia uma mensagem urgente para mim. Então, veio a notícia: Luciano tinha sido baleado e acabado de falecer — contou o subtenente.
Cerca de 200 pessoas acompanharam o enterro do policial. Dezenas de colegas de farda, a maioria do 15° BPM onde ele era lotado, também estiveram no local prestando as últimas homenagens. Eles se perfilaram, fazendo um corredor, por onde o cortejo passou. A bandeira do Brasil que estava sobre o caixão, foi dobrada e entregue à família. O agente era casado e deixou três filhos.
Via Extra