Depende, porque estamos falando de um grupo eclético. Entram nesse bolo drogas, armas de fogo, animais silvestres, alimentos que aprese...
Depende, porque estamos falando de um grupo eclético. Entram nesse bolo drogas, armas de fogo, animais silvestres, alimentos que apresentem irregularidades, cigarros e remédios falsificados, grana de origem suspeita, madeira extraída ilegalmente e, claro, quase tudo que está à venda na banquinha do camelô.
A maior parte dessas batatas quentes vai parar nas mãos da Receita Federal, que mantém cerca de 150 depósitos espalhados pelo Brasil. Elas podem ser leiloadas, destruídas, doadas a entidades sem fins lucrativos ou incorporadas a órgãos da União – nesse caso, os mais beneficiados costumam ser as Polícias Rodoviária e Federal.
Até outubro do ano passado, a Receita já tinha embargado quase R$ 1 bilhão em produtos, um número 22% maior que o de 2006, por exemplo. Os campeões foram eletroeletrônicos (R$ 79 milhões), cigarros (R$ 77 milhões), óculos (R$ 73 milhões), calçados (R$ 65 milhões) e artigos de informática (R$ 58 milhões). Disso tudo, 6,5% voltam para os antigos donos.
Se ninguém der as caras para reclamar a apreensão ou a decisão final for contrária ao acusado, a mercadoria tem seu destino determinado, na maioria dos casos, pela Justiça Federal.
Em 2008, por exemplo, os valores foram estes: R$ 66,4 milhões para leilões, R$ 179 milhões incorporados a órgãos públicos e R$ 74,4 milhões doados a entidades beneficentes. Para esse grupo de beneficiados, o crime compensa.
O que vai vem, o que vem vai
Saiba onde vão parar os produtos irregulares. Às vezes, o sistema literalmente bota pra quebrar
Rasgando dinheiro
Grana falsa – só em 2008 foram apreendidas 325 mil cédulas – é levada direto para o triturador. Já a de verdade fica depositada no banco até que se decida a quem ela pertence.
Contrabando
Produtos piratas ou simplesmente ilegais são destruídos, muitas vezes em grandes ações públicas. “É para dar o exemplo”, diz Eliana Polo, superintendente da Receita Federal.
Mercadoria legal
Produtos apreendidos sem restrição de circulação podem ser leiloados, incorporados a órgãos públicos ou doados pra caridade.
Fogo na bomba
Com drogas, não tem conversa: tudo que é apreendido é incinerado – ou pelo menos deveria.
Feras feridas
Os animais apreendidos pela polícia nem sempre são devolvidos à natureza. Às vezes faltam recursos para a readaptação, e o jeito é deixar com os antigos donos mesmo.
Via Super Interessante
Por Anna Virginia Balloussier
Foto radio pioneira