BELFORD ROXO - Em tempos de dengue, zika e chicungunya, a Prefeitura de Belford Roxo está fazendo o seu papel para combater essas ...
BELFORD ROXO - Em tempos de dengue, zika e chicungunya, a Prefeitura de Belford Roxo está fazendo o seu papel para combater essas doenças. Nesta quarta-feira (08-02), uma empresa de reciclagem recolheu cinco mil pneus velhos que estavam armazenados na sede da Secretaria de Vigilância Sanitária. O trabalho foi realizado em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente.
Em rondas pelas ruas, guardas de endemias começaram a perceber que uma grande quantidade de pneus eram jogados em diversos lugares. O recolhimento começou a ser feito principalmente para evitar o aumento dos focos de dengue, pois a água que acumula nos pneus atrai os mosquitos causadores da doença. “Tínhamos muito mais pneus. Cedemos uns dois mil para que fossem feitas encostas nas margens de um rio”, disse Alexandre Pinheiro, que supervisionou o trabalho de recolhimento dos pneus.
O secretário de Vigilância Sanitária, Gilson de Souza, revelou que a partir de março várias equipes irão visitar as cerca de 50 borracharias do município para recolher pneus que não serão mais utilizados. “Nosso maior problema é espaço para armazenar, mas já estamos providenciando isso. O objetivo é evitar que esses pneus sejam jogados nas ruas e rios, causando transtornos à população”, frisou.
Os cinco mil pneus (de moto, bicicleta, carro de passeio e caminhão) foram em cinco caminhões para a Policarpo Reciclagem, empresa com sede na Penha, Zona Norte do Rio. De lá, depois passarem por tratamento químico, seguem como matéria prima para abastecer os fornos de uma empresa de cimento em Cantagalo, Região Serrana do Rio.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Flávio Gonçalves, alertou para os problemas que os pneus velhos causam, principalmente pelo fato da demorar em se decompor. “Tínhamos um grande passivo ambiental que muito nos preocupava, pois um pneu demora em média 500 anos para se decompor na natureza. Felizmente, conseguimos uma empresa que irá transformar os pneus em insumo energético”, finalizou.
O técnico de Meio Ambiente, Sérgio Ramos, destacou que a parceria entre as duas Secretarias (Vigilância Sanitária e Meio Ambiental) é fundamental não só para evitar o avanços de doenças como dengue, zika, chicungunya, mas para manter o equilíbrio ecológico. “O trabalho vai continuar para que possamos diminuir o número de pneus nas ruas”, concluiu.
RECICLAGEM DE PNEUS
Durante a reciclagem de pneus, a borracha vulcanizada é separada de ouros componentes, como metais, por exemplo. Os pneus são cortados em lascas e purificados por um sistema de peneiras. As lascas são moídas e recebem produtos químicos como álcalis e óleos minerais para retirar a vulcanização.
O produto obtido pode ser então refinado em moinhos até a obtenção de uma manta uniforme para obtenção de grânulos de borracha. Este material tem várias utilidades: cobrir áreas de lazer e quadras esportivas; fabricar tapetes para automóveis; passadeiras; saltos e solados de sapatos; colas e adesivos; câmaras de ar; rodos domésticos; tiras para indústrias de estofados; buchas para eixos de caminhões e ônibus, entre outros produtos. O pneu reciclado serve também para fazer o asfalto frio, muito utilizado em tapa-buracos. Após a reciclagem energética, o pneu vira combustível para forno de produção de cimento, cal, papel e celulose.