Professor de Economia da Uniabeu dá dicas para a folia não virar dor de cabeça depois da Quarta-feira de Cinzas BELFORD ROXO - A f...
Professor de Economia da Uniabeu dá dicas para a folia não virar dor de cabeça depois da Quarta-feira de Cinzas
BELFORD ROXO - A famigerada crise econômica não dá trégua e vai deixando o bolso do consumidor vazio ou muito comprometido. Portanto, para curtir a folia sem ficar com ressaca financeira o resto do ano, o professor de Economia do Centro Universitário Uniabeu Lauro Barillari preparou uma série de dicas para evitar o buraco negro durante e depois do Carnaval. Segundo ele, somente após estar seguro de que todos os compromissos do início do ano, como impostos, materiais escolares e matrículas estejam sob controle é que o folião deve passar para a fase do planejamento.
Para Barillari, não há segredo, ou mistério. Ou seja, o fundamental é pisar de leve no acelerador dos gastos. Caso contrário, a tão esperada viagem para fazer do Carnaval aquele momento inesquecível pode virar um pesadelo. "O planejamento financeiro é o pulo do gato. É importante considerar o total a pagar com as despesas fixas do mês. O objetivo, nesta hora, é sabermos quanto temos de dinheiro disponível para gastar e garantir a tranquilidade financeira nos demais meses do ano, evitando endividamento e apertos desnecessários”, aconselha.
Nesses dias bicudos, não pode faltar no ensaio pré-carnavalesco uma espécie de diagnóstico financeiro. “O consumidor deve procurar saber em que situação se encontra economicamente. Ele deve concluir se está endividado, equilibrado ou curtindo o momento investidor”, ensina o professor de Economia da Uniabeu.
Se estiver no vermelho, é melhor segurar a onda. Use a fantasia do ano passado, pede emprestada a uma amiga, ou dê asas à criatividade e invente uma com custo zero. Seja qual for o estágio, a falta de planejamento pode deixar o consumidor em maus lençóis. Barillari diz que pesquisar é o caminho certo para aliviar o bolso. Calma, não precisa colocar um escorpião no bolso. Nem tanto e nem tão pouco.
“Precisamos pesquisar alternativas de programação utilizando as redes sociais como aliadas. A busca deve ser sempre pautada por uma programação que concilie a nossa vontade com a capacidade de pagamento, o que cabe no bolso”, sugere Barillari.
Há três carnavais a professora de Educação Física Dayze Marília Peixoto, 29 anos, moradora em Belford Roxo, é a própria estilista da ocasião. Usando a criatividade, a foliã produz as fantasias para desfilar nos blocos Suvaco de Cristo, As Carmelitas e Orquestra Sinfônica. “A dica de reaproveitar a fantasia é super econômica. Assim é menos uma despesa, facilitando a curtição com os amigos”, diz. Dayze Peixoto. Ela reutiliza o material para confeccionar a nova fantasia. Ela já foi a Sininho, dançarina de Frevo e a bêbada. “Neste ano, a personagem será a Arlequina”, conta.
O professor Barillari recomenda também que os gastos sejam pagos à vista. “É interessante o consumidor planejar quais poderão ser adiados, isto é, realizados no cartão de crédito. É legal fazer uma lista com os possíveis gastos de rotina e extras, identificando a forma de pagamento a ser utilizada”, aconselha.
Segundo Barillari, as despesas com o consumo rotineiro do tipo refeições, transportes, farmácia e tudo aquilo que independe do carnaval devem ser realizados, preferencialmente, à vista. O objetivo é evitar dívidas. “Nos casos dos passeios, pacotes de viagens, entradas para bailes, festas e blocos devem ser efetuados no crédito parcelado”, recomenda.
Com esse comportamento, o folião consumidor curtirá a festa profana, passará pela Quarta-feira de Cinzas, e ainda terá fôlego para o pagamento das contas dos meses seguintes. “A preferência pelo parcelamento é justificada por se tratar de despesas que não terão uma fonte de pagamento específica, que exigem renunciar gastos da rotina do consumidor para liquidá-los nos meses seguintes”, explica Barillari.
O desafio é conseguir economizar durante o Carnaval. É possível? Na opinião do professor da Uniabeu a resposta é sim. A dica dele é comprar bebidas e lanches em mercados e ter sempre um isopor por perto para conservá-las. “Assim, o folião não vai pagar o ágio que é muito comum neste período”, alerta Barillari.
Quem concorda com Barillari é o auxiliar administrativo William Fernandes, 27 anos. Uma semana antes do Carnaval, ele vai ao supermercado para economizar nas compras de água mineral, refrigerante, sucos, pão de forma. “A diferença de preço pode chegar a 100%”, diz o folião casado e pai de um menino de dois anos. Ele planeja curtir os quatro dias de folia em Cabo Frio.
Se você é do tipo que gosta de colocar o pé na estrada em busca de um lugar para chamar só de seu, é melhor ficar esperto. Os aplicativos são ferramentas de pesquisa eficiente para buscas de aluguel de quartos. De acordo com Barillari, essa modalidade pode representar uma alternativa mais barata e de qualidade para o descanso da folia.
Pagar os gastos diários da viagem com cartão de crédito não é a melhor opção. A sugestão é pensar na possibilidade de adiar despesas, curtir a festa na própria cidade ou pensar em uma programação alternativa. “Planejar para não se enforcar com a serpente econômica”, finaliza Barillari.
Conheça dicas para ajudar no planejamento dos gastos no Carnaval
1 - Escolha destinos alternativos e evite regiões com grande concentração de pessoas, pois os preços dos alimentos, hospedagens e serviços em geral aumentam em função da grande procura no Carnaval;
2 - Evite consumir em bares e restaurantes, pois, nesta época, além dos preços praticados bem mais altos, a superlotação deixa a qualidade do atendimento comprometida;
3 - Parcele os maiores gastos, como passagens, hotéis, contratação de passeios, para não comprometer outros gastos do dia a dia, como alimentos e bebidas, e suavizar o pagamento nos meses seguintes, sem comprometer o orçamento mensal;
4 - Para aqueles que não dispensam desfilar na Apoteose, optem pelo desfile das campeãs. É uma opção de baixo custo, já que fantasias costumam ser vendidas a preços bem mais baratos e até doadas, nas redes sociais, por pessoas que não têm disponibilidade para participar novamente do evento;
5 - Carregue uma pequena mochila com barrinhas de cereais, água e bebidas repositoras de sais minerais que mantém seu corpo hidratado, evitando necessidade de ingestão de líquidos e alimentos fora de hora;
6 - Prefira o deslocamento por transporte público, como metrô, trem e ônibus. O congestionamento nas principais vias, a dificuldade de estacionar carros e o alto preço dos combustíveis podem pesar bastante no orçamento;
7 - Planeje o dia em detalhes, de forma que evite perder tempo e dinheiro com deslocamentos desnecessários. Leve toalha e sabonete, por exemplo, para tomar banho em algum local e continuar curtindo com conforto no destino desejado;
8 - Cozinhe e coma alimentos leves e com pouco sal antes de sair de casa. O objetivo é reduzir a sede e a necessidade de consumir líquidos em grande quantidade ao longo do dia;
9 - Seja criativo nas fantasias. Utilize recursos disponíveis e materiais reciclados para produzir uma fantasia diferente, que possa surpreender. Os preços das fantasias vendidas ou de aluguel ficam bem salgados com a sazonalidade.