BAIXADA FLUMINENSE - Empresários ligados à Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) se reuniram ontem com qua...
BAIXADA FLUMINENSE - Empresários ligados à Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) se reuniram ontem com quatro prefeitos e com um vice-prefeito eleitos para debater os desafios para o desenvolvimento da Baixada. Os políticos assistiram à apresentação da pesquisa da federação com quase 200 indústrias fluminenses, que alerta para o risco de esvaziamento econômico do estado.
Nove entre dez empresas entrevistadas planejam fazer demissões, e mais da metade pode encerrar as atividades no estado com o fim dos incentivos fiscais, previsto pela Lei 7.495/2016, publicada ontem no Diário Oficial. A suspensão da concessão e da renovação dos incentivos pelo governo é por dois anos. A Firjan divulgou nota repudiando a nova lei.
— Com a falta dos incentivos e, consequentemente, com a insegurança jurídica, as empresas de menor porte vão fechar e as maiores vão demitir ou migrar para outros estados. É desesperador. Precisamos unir forças para tentar evitar graves reflexos socioeconômicos como no passado — destacou Carlos Erane de Aguiar, presidente da representação regional da Firjan em Nova Iguaçu.
8º LUGAR EM COMPETITIVIDADE
De acordo com a federação, o Rio ocupa a oitava posição em competitividade, atrás de Minas Gerais, Paraná e São Paulo, por exemplo, em razão de problemas em áreas como infraestrutura e segurança pública. Ex-secretário deste setor no estado do Rio, o delegado José Mariano Beltrame foi um dos convidados no encontro de ontem.
— Os problemas do nosso estado deveriam ser mais transparentes. Sem incentivos fiscais e com o enfraquecimento das indústrias, que estão mais concentradas no interior, haverá empobrecimento da população e aumento da crise socioeconômica — enfatizou.
Ex-secretário de Segurança Pública do Estado também participou do evento |
Mais postos de trabalho com a política dos incentivos
Nos últimos anos, segundo a Firjan, mais de 230 indústrias se instalaram no interior fluminense, gerando quase 100 mil empregos de carteira assinada. Como resultado, a arrecadação de ICMS mais que dobrou nos 51 municípios do interior do estado, que receberam incentivos fiscais. Isto gerou a formação de polos industriais e cadeias de fornecedores, comércio e serviços. Só no Distrito Industrial de Queimados, essa política levou à criação de mais 6.459 postos de trabalho entre 2008 e 2014. Outra consequência foi o aumento de arrecadação de ICMS em R$ 127 milhões no mesmo período.
Carlos Vilela, eleito prefeito de Queimados, reforçou que das 36 empresas do distrito, mais de 20 se instalaram a partir da política de incentivos fiscais:
— O governo está vendo os incentivos de forma errada. Sua suspensão vai prejudicar muito nossa região.
Além de Vilela, os prefeitos eleitos de Seropédica, Anabal Barbosa; Paracambi, Lucimar Ferreira; Mangaratiba, Aarão de Moura Brito; e o vice-prefeito eleito de Itaguaí, Abeilard Goulart, receberam a Agenda Regional do Mapa do Desenvolvimento 2016/ 2025, com propostas dos empresários para promover o desenvolvimento da região e melhorar o ambiente de negócios do Rio. As sugestões servem como bússola para a retomada do desenvolvimento sustentável dos municípios, do estado e do Brasil.
O prefeito eleito de Belford Roxo, Waguinho, não pôde participar da reunião devido agenda de trabalhos na Alerj.
Via Extra Mais Baixada
Fotos Firjan