Hospital da Posse suspendeu cirurgias eletivas por causa do aumento de casos de violência Foto: Cléber Júnior / Extra NOVA IGUAÇU - O ...
Hospital da Posse suspendeu cirurgias eletivas por causa do aumento de casos de violência Foto: Cléber Júnior / Extra |
NOVA IGUAÇU - O Hospital Geral de Nova Iguaçu, mais conhecido como Hospital da Posse, pede socorro. Ao mesmo tempo em que cresce o número de atendimentos para pacientes feridos por algum tipo de arma de fogo (em 2014, foram 347; em 2015, 430), a unidade de saúde suspendeu as cirurgias eletivas diante do atraso no repasse de verbas do estado e a falta de reajuste nos recursos federais.
Diretor da Posse pede mais verbas para o hospital Foto: Cléber Júnior / Extra |
De acordo com o diretor da unidade, Joé Sestello, a suspensão foi necessária para que o hospital pudesse priorizar o setor de urgência e emergência diante do aumento dos casos de violência. Somente neste fim de semana, 16 pessoas baleadas deram entrada na Posse. Dessas, três morreram.
— Geralmente, esses pacientes têm letalidade alta. Ou seja, precisamos de uma infraestrutura adequada para poder atender todos esses casos. O repasse atual é muito distante do que precisamos — argumentou Joé.
Do Ministério da Saúde, o Hospital da Posse recebe mensalmente pouco mais de R$ 6 milhões. Do estado, seriam quase R$ 2 milhões. Os valores, segundo Joé, estão defasados. Ele tenta há três anos com o governo federal reajustar essa quantia.
O coordenador geral da Emergência da Posse, Jean Max Figueiredo, comparou a atual situação como se a unidade fosse um “hospital de guerra”. Ele dispõe de pelo menos 11 cirurgiões, mas que por vezes não conseguem atender todos diante da grande demanda.
— Não fechamos o ano ainda, mas certamente haverá um aumento no número dos pacientes baleados. Está piorando esse cenário de violência. Estamos virando quase um hospital de guerra — disse Jean Figueiredo.
Violência assusta
Somente neste fim de semana o Hospital da Posse recebeu 16 pessoas baleadas Foto: Cléber Júnior / Extra |
Dos 16 baleados que deram entrada no Hospital da Posse no fim de semana, quatro foram feridos em um tiroteio que terminou com a morte de Davidson Torres Garcia, na Estrada Luiz de Lemos, no bairro da Posse, na tarde de sábado. A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DH) investiga o caso. No local do crime, pessoas estão assustadas com o aumento da violência na cidade.
— Estamos abandonados de todos os jeitos — disse uma moradora.
Segundo dados do ISP (Instituto Brasileiro de Segurança Pública), de janeiro a setembro deste ano foram registrados 1.550 casos de ferimentos provocados por arma de fogo na Baixada Fluminense. Em todo o ano passado, foram 1.925.
A unidade de Saúde fica no “corredor” da Rodovia Presidente Dutra e atende praticamente todos os municípios da Baixada, principalmente, Belford Roxo e Queimados.
Via Extra