BELFORD ROXO - Neste sábado (29/10), às 16h, o documentário " As galeras" será reprisado na programação do Canal Bras...
BELFORD ROXO - Neste sábado (29/10), às 16h, o documentário " As galeras" será
reprisado na programação do Canal Brasil. A diretora, Juliana Portella, em entrevista ao apresentador do programa e ator global, Humberto Carrão, vai falar sobre os desafios dessa produção audiovisual, sua formação e suas motivações com o filme que é vencedor de prêmios.
Juliana Portella cresceu entre Belford Roxo e Cabuçu, em Nova Iguaçu. Comunicadora formada pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, ainda na escola, sempre gostou de usar as palavras para apoiar ações e discursos de empoderamento e transformação social. Militou no movimento estudantil como presidente do grêmio, lecionou em projetos sociais e deu aula de redação para jovens de origem popular.
Seu primeiro curta-metragem é um sucesso. A produção etnográfica independente tem como objetivo resgatar uma parte escondida e criminalizada da história do funk : A época dos festivais de Galeras, que chegavam a reunir mais de 40 mil pessoas em um mesmo baile funk. O documentário foi eleito o melhor filme pelo júri popular do Iguacine, principal festival de cinema da Baixada Fluminense em 2015. Também foi finalista do Curta VK, Festival de Cinema de Bangu, na Vila Keneddy.
Horários Canal Brasil
O documentário "As Galeras" é um dos filmes selecionados para a nova temporada do programa Pausa para o Café, apresentado pelo ator Humberto Carrão . Das 16 produções, 10 são dirigidas por mulheres. Pausa pro Café vai ao ar todas as quintas-feiras, às 21h, no Canal Brasil. Reprise sábado às 16h e quarta às 12h30.
Biografia
'A gente pode ser aquilo que a gente quiser. Que venham, então, mais Cineastas, escritores, documentaristas de periferia para que a Baixada seja referência em Cultura e diversidade de imaginários. ' diz.
Juliana Portella tem 25 anos, é jornalista (UFRRJ). Nasceu em Belford Roxo e mora em Cabuçu, Nova iguaçu. Permeou entre cursos e oficinas de cinema e publicidade afirmativa. Começou a trabalhar com comunicação com 17 anos através do projeto ‘Minha Rua tem história’ que mais tarde se tornou ‘ Jovem repórter’ (Secretaria de Cultura de Nova Iguaçu). Foi correspondente do Viva Favela, produtora de conteúdo de O Meu Lugar. Atualmente escreve no Brasil 247 e RioOnWatch .
Professora (curso normal/ pedagogia incompleta UERJ), Juliana também se dedicou a dar aulas de redação para jovens de um pré-vestibular comunitário na antipenúltima estação de trem do Ramal Japeri: Queimados.
Sua experiência transita entre a política, cultura, literatura e o audiovisual - fruto de suas experiências na Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Sindicato dos Comerciários Rio e FLUPP.
Feminista e defensora dos direitos das mulheres, apoia ações e discursos de empoderamento e sororidade. Além de uma constante reflexão sobre o capitalismo gerador e mantenedor das relações de desigualdade de gênero e classe.
página do filme: https://www.facebook.com/asgaleras
Sinopse do filme
O documentário "As Galeras" resgata a história do funk e sua relação turbulenta com a cidade, em um espaço tempo muito específico: As periferias das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, durante a primeira metade dos anos 90, nos famosos bailes de corredor. Numa perspectiva etnográfica, o curta-doc lembra essa história e a conta sem intensificar o contexto miséria-violência tão explorado pela mídia em geral.
Foi eleito pelo júri popular do iguacine o melhor filme
3º lugar no Curta VK
Ficha Técnica:
Título: As galeras
Documentário - 14’19’’
Direção: Juliana Portella
Roteiro: Gabriel Imperiano e Juliana Portella
Pesquisa e assistência de direção: Vinicius Freitas Tomas
Fotografia, edição e montagem: Fabiano Santanna/MGR produções
Distribuição: Gabriel Pacheco
Local da produção: RJ - Nova Iguaçu
Estrutura essencial da história:
O filme tem como base 5 entrevistados: A antropóloga Adriana Facina (UFRJ), o escritor Julio Ludemir (autor da obra 101 funks que você tem que ouvir antes de morrer), Robson de Paula (ex-funkeiro/atualmente é pastor mas nos anos 90 era o terror do baile funk e representante de galera), Mcs Junio e Leo (autores do famoso (endereço dos bailes).
Sobre Cinema na Baixada
A Baixada já faz cinema há alguns bons anos. A galera do mate com Angu e do Buraco do Getúlio que o diga. Fazer cinema na Baixada é resistência. É uma luta. Porque Não temos incentivo financeiro do poder público, temos poucos lugares de formação e produção (a única escola de Cinema da Baixada é a Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu que fica em Austin). Comparando a Capital do Rio de Janeiro, por exemplo, existem diversas escolas, cursos de formação, editais da Secretaria de cultura, etc. Estamos longe ainda das panelinhas da elite branca Zona Sul que ainda domina as grandes produções.
"A importância da gente estar fazendo cinema na Baixada é que estamos invertendo a lógica que sempre ditou que as grandes produções estivessem nas mãos da elite. Que cinema não é coisa para amadores. O mercado cinematográfico ainda é desleal com a gente. Mas, graças a nossa persistência, estamos aqui produzindo, exibindo e rodando as periferias com os nossos filmes."
Espero pelo dia em que nós, comunicadores populares/ cineastas, iremos de fato viver disso. precisamos de mais incentivos do poder público. Na Baixada, por exemplo, não temos editais de fomento à essas produções.
'A gente pode ser aquilo que a gente quiser. Que venham, então, mais Cineastas, escritores, documentaristas de periferia para que a Baixada seja referência em Cultura e diversidade de imaginários. ' diz.
Fazer cinema independente é ter que se virar num malabarismo danado. Ter que muitas vezes pagar para o trabalho sair. Sem contar que, como a nossa renda não sai disso, temos que passar os fins de semana produzindo, as noites editando, mesmo depois de uma jornada de trabalho intensa.
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