BELFORD ROXO - Um adolescente interno do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) morreu neste sábado, no Hospital municip...
BELFORD ROXO - Um adolescente interno do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) morreu neste sábado, no Hospital municipal Jorge Júlio Costa dos Santos (Joca), em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. O Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), em Belford Roxo, confirmou que a morte ocorreu por um tamponamento cardíaco e não meningite meningogócica, como se suspeitava. A informação sobre a suspeita de meningite havia sido divulgada mais cedo pelo diretor do Centro de Atendimento Intensivo Belford Roxo, Luiz Fernando Brandão. A morte ocorreu no dia em que o jovem completaria 15 anos.
O adolescente foi internado às 12h56m desta sexta-feira. O corpo dele foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu para que seja apurada a causa da morte. A família dele vai à unidade Degase, neste sábado, para decidir onde será o sepultamento.
Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores do Degase, João Luiz Pereira Rodrigues, funcionários contaram que o adolescente foi atendido no último dia 8, no Posto de Assistência Médica (PAM) de São João de Meriti, mas não foi feito o diagnóstico. Um servidor, que preferiu não se identificar, disse que, quando os médicos suspeitaram de meningite, nesta sexta, foi solicitada uma ambulância para levar o paciente para o Hospital Getúlio Vargas. O adolescente, porém, não resistiu.
Estado de unidade de Belford Roxo é precária |
Rodrigues contou também que nada foi feito para evitar o contágio dos outros internos e dos servidores da unidade. A transmissão da doença é feita através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. De acordo com o Ministério da Saúde, quem teve contato com um paciente deve tomar o remédio Rifampicina em até 48 horas após a exposição.
— O centro tem espaço para 150 internos, mas conta com 380. Pelo que os funcionários relataram, ninguém tomou remédio para evitar o contágio da meningite. A legislação federal determina que cada unidade tenha, no máximo, 90 internos. Mas as unidades do Rio não cumprem essa regra.
Fios expostos na unidade do Degase em Belford Roxo |
Imagens feitas dentro do Centro de Atendimento Intensivo Belford Roxo mostram o estado precário da unidade e a superlotação. Internos dormem em camas feitas no chão, as paredes estão descascadas e a fiação, exposta.
— As fiações expostas podem ocasionar incêndios, como tem ocorrido em outras unidades do Degase — afirma Rodrigues.
Via Jornal Extra