BELFORD ROXO - Pesquisa do coordenador de Novos Negócios e professor de Gestão em Recursos Humanos do Centro Universitário Uniabeu, ...
BELFORD ROXO - Pesquisa do coordenador de Novos Negócios e professor de Gestão em Recursos Humanos do Centro Universitário Uniabeu, Ricardo Machado, mostra que, nestes últimos meses de 2015, gestores de pequenas, médias e grandes empresas conviveram com a difícil tarefa de decidir pela realização ou não das tradicionais e polêmicas festas de confraternização de final de ano. De acordo com o estudo, cerca de 23% das organizações que tradicionalmente promovem a confraternização em dezembro vão deixar de realizar as festas natalinas. Fica destacado o registro de um período onde nunca houve a necessidade de se realizar um número tão elevado de reuniões para bater o martelo sacramentando o sim à realização do evento.
Durante 40 dias, o coordenador e professor da Uniabeu, Machado, visitou cerca de 50 empresas. Segundo ele, houve aumento impressionante das discussões sobre o tema, mas em nenhum momento a pauta foi à escolha do local, atrações artísticas ou bufê. O contexto tinha outro foco. A percepção é que os gestores estavam com olhares e postura corporal tensos, e a origem era a crise econômica ameaçando a festa.
“Os gestores de RH declaravam a preocupação da reação dos funcionários com a realização da festa, já que o momento exige todo o esforço para reduzir custos. Eles questionavam se havia clima para realização do evento, depois de algumas rígidas medidas de contenção de despesas que foram tomadas. O questionamento mais frequente era: ‘Devemos mesmo realizar uma festa de final de ano?’ Essa pergunta martelou a cabeça dos profissionais de RH por muitos encontros”, comenta Machado.
Um aspecto que pesou a favor de se manter a festa foi a preocupação de se evitar aquele papo da Rádio Corredor de que, sem o encontro tradicional, seria um forte indicativo que a organização estaria mal das pernas, com a parte financeira em apuros. “Isso poderia gerar um clima de incerteza, criaria no imaginário dos colaboradores a possibilidade de demissão futura”, analisa Machado.
As empresas decidiram pela alegria. Manter a autoestima em alta, porém com moderação. “Existe um enorme esforço para continuar com a tradição da confraternização. Mas, claro, dentro de um bom senso alinhado ao atual cenário e com um grande cuidado com a contenção de despesas”, afirma o coordenador.
Machado diz ainda que as organizações querem alinhar o seu discurso que tanto motivou as inúmeras reuniões com seus colaboradores ao evento de final de ano. “O objetivo é ajustar processos dentro do atual momento. Os eventos serão moderados e destacadamente dentro do cenário econômico que se apresenta. Nada de extravagâncias ou desperdícios, mas todos estão tentando manter, na medida do possível, um bom clima organizacional, apesar de toda a dificuldade”, finaliza.