Adolescente de 14 anos morre afogado em lago que se formou em um areal, entre Belford Roxo e Duque de Caxias
BELFORD ROXO - No último dia 26, Fabiano Casimiro Lima, de 14 anos, foi pela primeira vez com os amigos a um dos lagos que se formaram à beira do Arco Metropolitano, no Amapá, divisa entre Belford Roxo e Caxias. Criada a partir de um areal abandonado, a Lagoa Azul atrai inúmeros banhistas. A diversão, porém, acabou em tragédia: o menino morreu afogado.
Como a vítima morava em Belford Roxo, o agente da Defesa Civil do município Flávio de Oliveira foi chamado para procurar o corpo de Fabiano. O chão argiloso da lagoa dificultou o trabalho e o adolescente só foi encontrado no dia seguinte.
Como a vítima morava em Belford Roxo, o agente da Defesa Civil do município Flávio de Oliveira foi chamado para procurar o corpo de Fabiano. O chão argiloso da lagoa dificultou o trabalho e o adolescente só foi encontrado no dia seguinte.
— O local é muito perigoso. Quando levei o corpo para o Instituto Médico-Legal, um funcionário disse que 21 pessoas já tinham morrido na lagoa — diz o agente.
Para o delegado titular da 61ª DP (Xerém), José Mota, porém, o número de mortes no areal é menor do que isso.
— Elas não são muito frequentes, mas acontecem. Até mesmo com adultos. Empresas da região exploram uma área até não ter mais material para retirar e, depois, partem para outra — afirma o delegado: — Com a chuva, esses buracos viram lagoas imensas. Deviam ser aterradas para evitar o pior.
Os amigos da vítima dizem que o adolescente estava na beira da Lagoa Azul, chupando cana, quando uma moradora da região soltou três pitbulls. Por isso, o rapaz teria mergulhado.
— O meu filho não sabia nadar, mas pulou na água porque morria de medo de animais — conta o pai, Laércio Lima, de 41 anos, segurando uma foto de Fabiano: — Ele sonhava trabalhar no Bope. Estou arrasado, sinto que estou morrendo aos poucos sem meu menino.
Responsável pela fiscalização dos areais, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que as empresas, quando as atividades são encerradas, têm obrigação de recuperar e cercar a área. A população pode denunciar o problema através do Disque Ambiente (2332-4604) ou pelo e-mail do Inea: ouvidoria@inea.rj.gov.br.
Via Extra
Por Marina Navarro Lins