BELFORD ROXO - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que investiga a permanência dos lixõe...
BELFORD ROXO - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que investiga a permanência dos lixões no Estado, vai perguntar oficialmente ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) por que o lixão do Babi, no Recantus, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, está em funcionamento.
Ao vistoriar o local, nesta segunda-feira (22/06), a CPI verificou que o lixão ainda recebe entulho da construção civil. De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei 12.305/10, os lixões deveriam ter sido encerrados em 2014, em todo o Brasil. O lixão do Babi, ativo desde 1993, deveria ter sido encerrado em março de 2012, quando a Central de Tratamento de Resíduos (CTR) de Belford Roxo começou a operar.
Segundo o presidente do grupo, Dr. Sadinoel (PT), a comissão vai encaminhar um relatório da visita aos Ministérios Públicos Federal e Estadual, além da Defensoria Pública e Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), para “tomar as medidas cabíveis junto aos governos municipal e estadual, para tentar evitar uma tragédia maior e buscar a remediação do lixão”.
O terreno do lixão está numa Área de Proteção Ambiental, em cima da zona de encontro de dois rios que terminam seus cursos na Baía de Guanabara – um deles é o Rio Botas. Para Dr. Julianelli (PSol), o caso configura crime ambiental, porque o chorume contamina diretamente a baía. “Não adianta falar em despoluição da baía sem tratar corretamente o lixo, porque o Governo vai gastar muito dinheiro na ponta do problema sem resolver uma de suas principais origens: o chorume dos lixões”, explica.
A vice-presidente da comissão, deputada Lucinha (PSDB), disse que o grupo vai indagar o Inea e o dono do local para saber como o lixão está em funcionamento e se existe alguma autorização da instituição. “A responsabilidade de fiscalização é do Inea. Mesmo que o lixão receba somente entulho, queremos saber de que forma e quem está jogando o entulho aqui”, diz.
CTR de Belford Roxo
O aterro sanitário da região fica em uma propriedade privada. Gerenciado pela Bob Ambiental, a central recolhe duas mil toneladas de lixo doméstico por dia dos municípios de Belford Roxo, parte de Caxias e de grandes operadores, como shoppings. O custo da tonelada chega a R$ 53.
De acordo com um dos sócios da empresa, Moisés Boechat, de 600 metros cúbicos de chorume recolhidos por dia, a Bob Ambiental trata 100 metros cúbicos do líquido e o transforma em água de reuso. O restante é levado para tratamento na empresa Nova Opersan, em Santa Cruz, na Zona Oeste.
A água de reuso é utilizada para molhar as ruas que dão acesso ao aterro. De acordo com Lucinha, o grupo vai solicitar à Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) que verifique a qualidade dessa água.
Via: ZM Noticias