Moradores de Belford Roxo reclamam da conta de luz após chips instalados BELFORD ROXO - As contas de luz espantaram o consumidor belf...
Moradores de Belford Roxo reclamam da conta de luz após chips instalados |
BELFORD ROXO - As contas de luz espantaram o consumidor belforroxense este mês. Além da troca dos relógios por chips e do aumento do consumo por causa do uso do ar-condicionado para enfrentar o verão, a cobrança já inclui a bandeira tarifária, que gera um custo extra de R$ 0,03 a cada quilowatt-hora (kWh) consumido. E o valor a ser pago em fevereiro é apenas o presságio de um cenário ainda pior até o fim do ano.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai realizar uma reunião extraordinária, amanhã ou sexta-feira, para aprovar o novo aumento das bandeiras tarifárias, a partir de março; a revisão extraordinária de tarifas para as distribuidoras de energia; e a proposta de orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para 2015 — o fundo que banca a tarifa social de baixa renda e o programa Luz para Todos (que leva eletricidade ao interior do país). A informação foi dada pelo diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino. A expectativa é que as medidas levem a um aumento significativo na conta de luz. Até o fim do ano, o preço pode subir até 70% para o Sudeste.
As bandeiras tarifárias são aquelas cobranças extras na conta feitas segundo o nível de água das hidrelétricas. Se faltam chuvas, e a situação é de alerta, o cliente paga a bandeira amarela. Esse valor deve subir de R$ 1,50 para R$ 2,50, a cada 100kWh consumidos. A bandeira vermelha é cobrada quando a situação dos reservatórios é crítica, como ocorreu em janeiro e este mês. Esse valor passará de R$ 3 para R$5, a cada 100kWh consumidos.
A CDE é a conta que subsidia a energia para a população mais pobre do país. Para cobrir o valor total a ser gasto este ano, muito alto, será preciso fazer uma revisão extraordinária da tarifa. As despesas chegarão a R$ 25,96 bilhões, mas as receitas serão de apenas R$ 2,75 bilhões. Por isso, na prática, os consumidores do país deverão ratear a diferença de R$ 23,21 bilhões. Clientes do Sul e do Sudeste, porém, pagarão a maior parte da conta. Diferentemente de anos anteriores, não haverá aporte do Tesouro, para não prejudicar as contas públicas.
Somente com esse rateio para bancar a CDE, estima-se uma alta de 19% na conta de luz do Sudeste. Esse índice pode chegar a 26%, se entrar na conta o gasto maior para a geração de energia da Usina de Itaipu (PR). E subir ainda mais com o reajuste anual das concessionárias: a Ampla aplicará seu aumento em março. A Light, em novembro.
Via Extra