BELFORD ROXO - "É uma emoção que dinheiro nenhum paga. Eu não sabia se chorava, se pulava. Foi um privilégio acompanhar esse momento...
BELFORD ROXO - "É uma emoção que dinheiro nenhum paga. Eu não sabia se chorava, se pulava. Foi um privilégio acompanhar esse momento", disse, emocionado, o operário José Eugênio do Carmo, de 59 anos, depois da implosão da Perimetral. No início da década de 1970, ele trabalhou na construção do Elevado, que foi parcialmente derrubado na manhã deste domingo (25) para as obras de revitalização da Zona Portuária do Rio.
Nascido em Galiléia, município da Zona da Mata mineira, José é radicado no Rio desde a infância e acompanhou as grandes transformações da capital fluminense. Pai de seis filhos, hoje divorciado, saiu da casa onde mora, em Belford Roxo, às 4h deste domingo para acompanhar, no Bairro da Saúde, a implosão da Perimetral. Ele conta que a família criticou sua saída. "Eu disse que não podia perder este momento histórico. Para mim foi um privilégio",
Das lembranças que guarda da época em que trabalhou na construção do elevado, José destaca a presença constante de José Datrino, mais conhecido como Profeta Gentileza, nas imediações das obras. "Ele sempre passava por lá fazendo as pinturas dele. Era uma pessoa muito bacana, de muito carisma. Muitas vezes compartilhávamos comida com ele", relembrou.
Memórias tristes também acompanham José desde aquele tempo, como a morte de um morador de rua com quem sempre cruzava a caminho do canteiro de obras. "Chegamos de manhã e tinha um corpo carbonizado embaixo do viaduto. Os outros mendigos reconheceram ele. Foi muito triste", lamentou.
Outro momento trágico vivido por José durante a construção da Perimetral foi ter presenciado um acidente automobilístico. "O pneu estourou e o carro bateu na mureta. Havia três crianças no carro e a mãe ficou desesperada. Eles não machucaram muito, mas foi desesperador acompanhar a aflição deles por quase duas horas até a chegada de socorro".
Durante todo o tempo em que esteve na casa de número 100 da Rua Conselheiro Zacarias, no Bairro da Saúde, de cuja laje acompanhou a implosão da Perimetral, José Eugênio não largou mão da Bandeira do Brasil. Ela lhe foi emprestada por uma vizinha. "A minha é bem menorzinha e eu queria uma que pudesse ser bem vista", disse. Questionado por quê de empunhar a bandeira nacional, o operário foi enfático ao demonstrar seu sentimento nacionalista. "A Ordem e Progresso precisa ser respeitada para mostrar o nosso país para o mundo".
Para o operário que ajudou a construir o elevado, a implosão da obra é emblemática por representar a transformação do espaço. "Vai ter muita melhoria para a cidade. Eu sinto muito prazer em ver que há pessoas tão bem capacitadas para fazer este trabalho de transformação de algo tão grande", disse.
Nascido em Galiléia, município da Zona da Mata mineira, José é radicado no Rio desde a infância e acompanhou as grandes transformações da capital fluminense. Pai de seis filhos, hoje divorciado, saiu da casa onde mora, em Belford Roxo, às 4h deste domingo para acompanhar, no Bairro da Saúde, a implosão da Perimetral. Ele conta que a família criticou sua saída. "Eu disse que não podia perder este momento histórico. Para mim foi um privilégio",
Das lembranças que guarda da época em que trabalhou na construção do elevado, José destaca a presença constante de José Datrino, mais conhecido como Profeta Gentileza, nas imediações das obras. "Ele sempre passava por lá fazendo as pinturas dele. Era uma pessoa muito bacana, de muito carisma. Muitas vezes compartilhávamos comida com ele", relembrou.
Memórias tristes também acompanham José desde aquele tempo, como a morte de um morador de rua com quem sempre cruzava a caminho do canteiro de obras. "Chegamos de manhã e tinha um corpo carbonizado embaixo do viaduto. Os outros mendigos reconheceram ele. Foi muito triste", lamentou.
Outro momento trágico vivido por José durante a construção da Perimetral foi ter presenciado um acidente automobilístico. "O pneu estourou e o carro bateu na mureta. Havia três crianças no carro e a mãe ficou desesperada. Eles não machucaram muito, mas foi desesperador acompanhar a aflição deles por quase duas horas até a chegada de socorro".
Durante todo o tempo em que esteve na casa de número 100 da Rua Conselheiro Zacarias, no Bairro da Saúde, de cuja laje acompanhou a implosão da Perimetral, José Eugênio não largou mão da Bandeira do Brasil. Ela lhe foi emprestada por uma vizinha. "A minha é bem menorzinha e eu queria uma que pudesse ser bem vista", disse. Questionado por quê de empunhar a bandeira nacional, o operário foi enfático ao demonstrar seu sentimento nacionalista. "A Ordem e Progresso precisa ser respeitada para mostrar o nosso país para o mundo".
Para o operário que ajudou a construir o elevado, a implosão da obra é emblemática por representar a transformação do espaço. "Vai ter muita melhoria para a cidade. Eu sinto muito prazer em ver que há pessoas tão bem capacitadas para fazer este trabalho de transformação de algo tão grande", disse.
Via G1