BELFORD ROXO - Motoristas e carteiros que trabalham no Centro de Entrega de Encomendas (CEE) dos Correios no bairro da Prata estão send...
Carteiro há 11 anos, Mauro César Freitas de Souza, de 36, precisa usar as duas mãos para contar quantas vezes já foi assaltado. Para ele, a pacificação de comunidades do Rio de Janeiro contribuiu para o aumento de assaltos na região. “Já fui assaltado dez vezes. Mais da metade dos assaltos foi nos últimos três anos, desde a implantação das UPPs”, conta ele.
Embora o número de assaltos sofridos por Mauro César seja assustador, ele revela que há colegas de trabalho que já passaram por esta situação mais de vinte vezes. O carteiro cita o Morro da Palmeiras, e os bairros Bom Pastor, Barro Vermelho e Jardim Redentor como os locais mais perigosos. Neste último, as entregas de encomendas não estão sendo feitas.
"A possibilidade de um assaltó é de 100%. Os bandidos nos perseguem e esperam a Kombi entrar em uma rua tranquila para darem início à ação. Os Correios enviam uma carta ao destinatário avisando que a encomenda deverá ser retirada no CEE", conta Mauro César.
Todos os veículos de entrega dos Correios contam com equipamento de segurança que permite fazer rastreamento. É possível, também, enviar um sinal para que uma central seja alertada sobre um assalto. Mauro explica que, ainda assim, os bandidos não se sentem inibidos e continuam cometendo os crimes. “Não adianta fugir e se arriscar, pois no dia seguinte estaremos no mesmo lugar”.
Carteiro teve síndrome do pânico
Embora continue trabalhando como carteiro, Mauro César revela que teve síndrome do pânico após os dez assaltos pelos quais passou. “Precisei fazer tratamento com um psicólogo” conta.
Em nota, os Correios esclarecem que “no caso de roubo de carga, os clientes envolvidos são indenizados”. A empresa também garantiu que não há áreas de restrição em Belford Roxo, mas sim “entregas diferenciadas para alguns tipos de encomendas”.
A assessoria de comunicação da Polícia Federal informou que há investigações sendo feitas pela Delegacia de Polícia Federal em Nova Iguaçu. Porém, destacou que “não é possível repassar à imprensa nenhuma informação sob pena de atrapalhar todo o trabalho até agora realizado”.
Via O DIA