No dia 25, grupos iniciam seus desfiles para festejar o nascimento de Jesus, num ritual que já se repete há mais de um século O Natal se a...
No dia 25, grupos iniciam seus desfiles para festejar o nascimento de Jesus, num ritual que já se repete há mais de um século
O Natal se aproxima e, com ele, começam os festejos da Folia de Reis. Na Baixada Fluminense, cidades como Belford Roxo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Queimados mantêm viva a tradição católica vinda de Portugal. E que faz referência à visita dos três Reis Magos ao Menino Jesus após seu nascimento.
A Flor do Oriente, que desfila há 140 anos, incentiva a participação das crianças para manter a Folia viva |
Em Belford Roxo, um dos grupos tradicionais é o da Estrela do Oriente. Comandado por Minervino Rodrigues Pereira, o Mestre Minervino, a Folia desfila pelas ruas da cidade há quase meio século. “Já são 47 anos de tradição na família. Tenho sete filhos e todos participam da Folia”, diz Minervino, de 76 anos.
Cego desde os 33, Minervino jamais deixou de participar da Folia. “Mesmo depois que fiquei cego, continuei fazendo parte do grupo. Eu me sentiria inútil se não participasse. Ponho as mãos nos ombros da minha esposa, Floriza, vou à igreja e na casa das pessoas tocar meu violão e cantar para elas. Essa é a minha missão”, afirma.
O diretor cultural da Federação do Reisado do Estado do Rio de Janeiro, Affonso Furtado, explica que a Folia de Reis é mais que uma tradição. É também um momento de fé. “A Folia reproduz a viagem dos Reis Magos até Belém para adorar o menino Jesus, levando a mensagem do nascimento de Cristo”.
Por isso, explica Furtado, os reisados visitam as casas dos devotos levando os desejos de saúde e felicidade no ano que se inicia.
Tradicionalmente, os festejos acontecem de 25 de dezembro e 6 de janeiro. Mas alguns grupos estendem a Folia até 20 de janeiro, para festejar o Dia de São Sebastião
Cego desde os 33, Minervino jamais deixou de participar da Folia. “Mesmo depois que fiquei cego, continuei fazendo parte do grupo. Eu me sentiria inútil se não participasse. Ponho as mãos nos ombros da minha esposa, Floriza, vou à igreja e na casa das pessoas tocar meu violão e cantar para elas. Essa é a minha missão”, afirma.
O diretor cultural da Federação do Reisado do Estado do Rio de Janeiro, Affonso Furtado, explica que a Folia de Reis é mais que uma tradição. É também um momento de fé. “A Folia reproduz a viagem dos Reis Magos até Belém para adorar o menino Jesus, levando a mensagem do nascimento de Cristo”.
Por isso, explica Furtado, os reisados visitam as casas dos devotos levando os desejos de saúde e felicidade no ano que se inicia.
Tradicionalmente, os festejos acontecem de 25 de dezembro e 6 de janeiro. Mas alguns grupos estendem a Folia até 20 de janeiro, para festejar o Dia de São Sebastião
Floriza carrega a bandeira da Estrela do Oriente, que é comandada pelo marido dela, o Mestre Minervino |
Falta de incentivo ameaça as Folias
A Federação do Reisado do Estado foi criada há 20 anos com o objetivo de manter viva a tradição da Folia de Reis. Mas Affonso Furtado afirma que a missão não tem tido sucesso. “Já tivemos umas 90 folias só na Baixada. Hoje, se temos 30, é muito. A tradição está se perdendo”, diz ele, que cobra apoio dos governos apoio aos grupo, como com as escolas de samba.
Mestre Minervino também avalia que a tradição está se perdendo. Por isso, se esforça para manter a Estrela do Oriente. “Acho que meu filho Amarildo vai manter a tradição viva na família”.
Amarildo não foge à responsabilidade, mas admite faltar motivação. “Às vezes, bate um certo desânimo. Hoje, as pessoas não abrem as portas, não dão aquele incentivo e calor que existia antigamente”, lamentou.
Na Folia de Reis, cada personagem tem função. O mestre é quem comanda a cantoria e é acompanhado pelos instrumentistas. O bandeireiro carrega a bandeira. Os palhaços dançam, fazem acrobacias e costumam receber dinheiro dos devotos.
Tradição que passa de pai para filhoAffonso Furtado conta que grupos deixam de existir após a morte do Mestre, a pessoa responsável por comandar a folia. Mas nem sempre é assim.
Em Duque de Caxias, o Reisado Flor do Oriente mantém a tradição há 140 anos. “Meu pai morreu no dia 20 de janeiro de 2007, durante a Folia de Reis. Assumi a função de Mestre que ele me deixou”, conta Rogério Silva de Moraes.
De olho no futuro da Folia, ele conta que o segredo de tantos anos de tradição, é incentivar as crianças desde pequenas.
A Federação do Reisado do Estado foi criada há 20 anos com o objetivo de manter viva a tradição da Folia de Reis. Mas Affonso Furtado afirma que a missão não tem tido sucesso. “Já tivemos umas 90 folias só na Baixada. Hoje, se temos 30, é muito. A tradição está se perdendo”, diz ele, que cobra apoio dos governos apoio aos grupo, como com as escolas de samba.
Mestre Minervino também avalia que a tradição está se perdendo. Por isso, se esforça para manter a Estrela do Oriente. “Acho que meu filho Amarildo vai manter a tradição viva na família”.
Amarildo não foge à responsabilidade, mas admite faltar motivação. “Às vezes, bate um certo desânimo. Hoje, as pessoas não abrem as portas, não dão aquele incentivo e calor que existia antigamente”, lamentou.
Na Folia de Reis, cada personagem tem função. O mestre é quem comanda a cantoria e é acompanhado pelos instrumentistas. O bandeireiro carrega a bandeira. Os palhaços dançam, fazem acrobacias e costumam receber dinheiro dos devotos.
Tradição que passa de pai para filhoAffonso Furtado conta que grupos deixam de existir após a morte do Mestre, a pessoa responsável por comandar a folia. Mas nem sempre é assim.
Em Duque de Caxias, o Reisado Flor do Oriente mantém a tradição há 140 anos. “Meu pai morreu no dia 20 de janeiro de 2007, durante a Folia de Reis. Assumi a função de Mestre que ele me deixou”, conta Rogério Silva de Moraes.
De olho no futuro da Folia, ele conta que o segredo de tantos anos de tradição, é incentivar as crianças desde pequenas.
Via O Dia